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Trump considera ataque militar contra o Irã, nos últimos dias de seu mandato

Presidente dos Estados Unidos Donald Trump realiza um comício eleitoral em Lititz, Pensilvânia, 26 de outubro de 2020 [Tayfun Coskun/Agência Anadolu]
Presidente dos Estados Unidos Donald Trump realiza um comício eleitoral em Lititz, Pensilvânia, 26 de outubro de 2020 [Tayfun Coskun/Agência Anadolu]

Segundo o jornal The New York Times, o atual presidente americano Donald Trump está considerando executar um possível ataque militar contra a principal usina nuclear do Irã nas semanas finais de seu mandato.

Entretanto, assessores próximos e oficiais de alto escalão conseguiram dissuadí-lo, por ora, sob receios de eventual escalada em um conflito aberto.

Trump aparentemente questionou seus assessores sobre a possibilidade de um ataque militar durante uma reunião no Salão Oval, na última quinta-feira (12), após um relatório informar sobre um aumento significativo no armazenamento de material nuclear pelo Irã.

O documento da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) concluiu que o Irã excedeu os limites acordados pelo Plano de Ação Conjunta Global, conhecido como acordo nuclear iraniano, assinado em 2015.

Em 2018, Trump revogou unilateralmente o acordo, mas insistiu reiteradamente que os Estados Unidos têm o direito de policiar o cumprimento do pacto.

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O atual presidente americano questionou seus principais assessores de segurança nacional sobre as alternativas disponíveis para responder ao aumento da atividade nuclear do Irã.

Aparentemente, o Vice-Presidente Mike Pence e o Secretário de Estado Mike Pompeo, entre outros oficiais, dissuadiram Trump de ordenar qualquer ataque militar, ao advertí-lo contra uma provável escalada beligerante, no fim de seu mandato.

Contudo, há ainda receios de que Trump agrave tensões com o Irã, sob incitação de Israel.

Oficiais de segurança nacional, segundo relatos, expressaram temores sobre a possibilidade do presidente iniciar operações – secretas ou abertas – contra a república islâmica ou outros adversários, às vésperas de deixar a Casa Branca.

O New York Times destacou que tal medida não seria totalmente sem precedentes, dado que os Estados Unidos já assinaram acordos de último minuto com Israel, durante períodos de transição do governo federal.

A reportagem citou como exemplo os último dias do governo de George W. Bush, em 2008, quando oficiais israelense, preocupados com eventual oposição de Barack Obama, buscaram assistência americana para atacar instalações nucleares do Irã, ao solicitar e obter bombas antibunker, morteiros e dados de inteligência.

Em suas memórias, o então vice-presidente Dick Cheney relatou ter apoiado a iniciativa.

Bush, no entanto, não aprovou o ataque direto, mas conduziu uma forte colaboração com Israel para executar um ciberataque contra a usina de Natanz, que eliminou cerca de 1.000 centrífugas nucleares iranianas.

Notícias de um possível ataque militar ocorrem em meio a planos da gestão Trump de “inundar” o Irã com sanções.

A política de último minuto é considerada como plano deliberado de Trump para impossibilitar que seu sucessor, Joe Biden, restabeleça o acordo nuclear assinado em 2015, após assumir a presidência, em 20 de janeiro do próximo ano.

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