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Azerbaijão conquista segunda maior cidade de Karabakh, ocupada pela Armênia

8 de novembro de 2020, às 12h04

Cidadãos azeris celebram a conquista da cidade de Shusha, em Baku, capital do Azerbaijão, 8 de novembro de 2020 [Resul Rehimov/Agência Anadolu]

A cidade de Shusha, localizada no território disputado de Nagorno-Karabakh (Alto Karabakh) foi conquistada por forças azeris que derrotaram as tropas armênias locais, anunciou o Presidente do Azerbaijão Ilham Aliyev, neste domingo (8).

“Após 28 anos, o adhan [chamado à oração] foi ouvido em Shusha”, declarou Aliyev, vestido com uniforme militar, em discurso à nação.

Shusha foi ocupada por forças armênias em 8 de maio de 1992 e possui importância crucial na campanha azeri em Nagorno-Karabakh, região reconhecida internacionalmente como parte do Azerbaijão, mas governada pela maioria étnica armênia.

A cidade de Shusha localiza-se a caminho de Khakendi, maior cidade da região.

Aliyev celebrou a data de 8 de novembro como histórica ao Azerbaijão, ao declarar: “Shusha tem um lugar especial na história de nosso país. Não é apenas a pérola do Azerbaijão, mas de todo o Cáucaso … provamos ao mundo que o Alto Karabakh é terra histórica azeri!”

Contudo, reiterou: “Nossa marcha à vitória continua”.

“Caso a liderança armênia não responda a nossas demandas [retirada das forças na região], iremos até o fim”, enfatizou Aliyev em seu discurso na Rua dos Mártires, na capital Baku.

Logo antes do discurso, Aliyev e a primeira-dama Mehriban Aliyeva homenagearam os soldados azeris que morreram pela independência e integridade territorial do Azerbaijão, ao levar uma coroa de flores ao memorial dos mártires.

O casal também visitou a Rua das Honras, onde deixou uma coroa de flores no túmulo do Presidente Heydar Aliyev, pai de Ilham, entre outros.

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“O sangue das vítimas de Khojaly não foram em vão, nossos mártires serão vindicados. Tomamos nossa vingança no campo de batalha”, proferiu Aliyev, em referência ao massacre de civis azeris durante a Guerra do Alto Karabakh, em 1992.

Khojaly possui sentido profundo no conflito de décadas entre Armênia e Azerbaijão. Após a dissolução da União Soviética, forças armênias tomaram a cidade de Khojaly, em 26 de fevereiro de 1992, ao atacá-la com artilharia pesada, tanques e um regimento de infantaria.

Um total de 613 pessoas em situação de vulnerabilidade, incluindo 106 mulheres, 63 crianças e 70 idosos, foram mortos em Khojaly, antes habitada por 7.000 pessoas. Outras 487 pessoas, incluindo 76 crianças, foram gravemente feridas. Foram capturados ainda 1.275 cidadãos azeris, dos quais 150 permanecem desaparecidos.