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Vitória do BDS, universidade nos Estados Unidos derruba resolução pró-Israel

Universidade Butler, em Indianápolis, Indiana, Estados Unidos [Twitter]
Universidade Butler, em Indianápolis, Indiana, Estados Unidos [Twitter]

A Universidade Butler é a última grande instituição de ensino dos Estados Unidos a reagir a “tentativas agressivas de reprimir vozes palestinas”, ao derrubar via votação uma série de resoluções que condenavam o movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS).

As resoluções propostas também exigiam que a instituição adotasse a controversa definição de antissemitismo da Aliança Internacional de Memória do Holocausto, que vincula críticas legítimas às políticas discriminatórias de Israel ao racismo antijudaico.

Ambas as resoluções foram indeferidas. Os proponentes retiraram seu apoio às medidas após declarações de membros da organizações Estudantes por Justiça na Palestina (SPJ) e Vozes Judaicas pela Paz (JVP), antes do processo de votação.

A pressão pelas resoluções anti-BDS coincidiu com uma campanha conduzida por estudantes sionistas e figuras ultraconservadoras que pretendiam cancelar um evento no início de outubro, promovido pela Associação Pública dos Estudantes e organizado pela SPJ-Butler.

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Um contracampanha foi lançada para defender os direitos dos estudantes à liberdade de expressão. Em apoio, a JVP difundiu uma petição online em defesa da resistência estudantil. “Estudantes palestinos e seus aliados estão sob ataque na Universidade Butler, alvo de grupos antipalestinos e figuras de extrema-direita”, denunciou a entidade.

Prosseguiu: “A Associação Pública dos Estudantes de Butler está sendo pressionada a aprovar resoluções que condenam o BDS e falsamente alegam que a crítica a Israel ou ao sionismo consiste em antissemitismo, sob pretexto da controversa definição da IHRA. Os membros da organização Estudantes por Justiça na Palestina, matriculados na Universidade Butler, estão sob ataque por defender os direitos palestinos. Precisam de nosso apoio!”

Após a vitória, a SJP alertou contra os esforços generalizados em curso para suprimir qualquer tipo de crítica a Israel.

Declarou: “Medidas que demonizam o BDS, além daquelas que equivalem antissionismo e antissemitismo, devem enfrentar nossa resistência, não importa onde ou como se manifestam. Tal resistência combate o contínuo processo de privação e silenciamento dos palestinos”.

A ofensiva para reprimir as vozes palestinas em Butler não representa um caso isolado, reiterou a SJP.

“Ao contrário, compõem uma estratégia de desinformação bem coordenada e pesadamente financiada, que nega informações providas por estudantes palestinos e impede a difusão do conhecimento crítico sobre a Palestina, a fim de deturpar os objetivos e metas da organização Estudantes por Justiça na Palestina”.

O grupo destacou ainda que as resoluções anti-BDS não somente são nocivas à narrativa palestina, como também preservam sistemas históricos utilizados para silenciar vozes marginalizadas em todo Sul Global.

Concluiu: “Devemos rejeitar e nos opor ativamente a tais medidas, enquanto também reafirmamos nosso compromisso com a liberdade, justiça e igualdade a todos os povos, via ação de massa e educação em nível popular, em nossas comunidades e campi”.

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