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Irã reage com críticas às novas sanções impostas pelos EUA

O presidente iraniano, Hassan Rouhani, faz um discurso sobre os conflitos em Nagorno-Karabakh durante a reunião do Conselho de Ministros em Teerã, Irã, em 7 de outubro de 2020. [Presidência iraniana - Agência Anadolu]
O presidente iraniano, Hassan Rouhani, faz um discurso sobre os conflitos em Nagorno-Karabakh durante a reunião do Conselho de Ministros em Teerã, Irã, em 7 de outubro de 2020. [Presidência iraniana - Agência Anadolu]

Minimizando o impacto das novas sanções dos EUA sobre os bancos iranianos, o presidente do Irã, Hassan Rouhani, disse na sexta-feira que a medida é uma “propaganda política” para apaziguar o público doméstico nos EUA, informa a Agência Anadolu.

Em declarações ao presidente do Banco Central do Irã, Rouhani adotou um tom desafiador, dizendo que as novas sanções dos EUA contra as instituições financeiras iranianas “não podem quebrar a resistência dos iranianos”.

“Os americanos não podem quebrar a resistência do povo iraniano criando obstáculos e problemas no fornecimento de remédios e alimentos”, observou Rouhani, em sua conversa com Abdolnasser Hemmati.

Na véspera das declarações, o governo dos EUA anunciou novas sanções contra 18 bancos iranianos em sua “campanha de pressão máxima”.

A medida, que ocorre semanas antes da eleição presidencial nos Estados Unidos, visa cortar os canais financeiros restantes entre Teerã e o mundo, colocando todo o setor bancário iraniano na lista negativa.

O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, disse que a medida visa bloquear o acesso do Irã aos dólares americanos. “Nosso programa de sanções continuará até que o Irã pare de apoiar atividades terroristas e encerre seu programa nuclear”, disse ele em um comunicado.

Rouhani, classificando a medida como “cruel e desumana”, disse que o governo dos EUA “fez tudo que podia” contra o povo do Irã, mas as ações não conseguiram quebrar sua determinação.

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“O tempo mostrou que tais ações se mostraram ineficazes”, observou ele, enquanto ao mesmo tempo instava a comunidade mundial a condenar a ação dos EUA.

Em seus comentários, Hemmati disse que as novas sanções dos EUA ao Irã são um “movimento político” que não terá um “impacto econômico”, acrescentando que tais ações “ficariam gravadas na memória dos iranianos”.

Hemmati disse que apesar da campanha de pressão máxima dos EUA contra o Irã, eles conseguiram fornecer remédios e alimentos para as pessoas, sem permitir qualquer escassez.

“O Banco Central, em coordenação com o setor privado, fará todos os esforços para continuar fornecendo alimentos e remédios às pessoas e não permitiremos qualquer pressão sobreo povo”, disse ele.

Ele também disse que as novas sanções não invalidam as isenções previstas para o comércio humanitário, que permite ao Irã usar o mecanismo SWIFT para a compra de produtos essenciais e medicamentos.

As novas sanções foram tomadas em um momento em que o Irã está lutando contra a terceira onda de coronavírus, com novas infecções e fatalidades atingindo um recorde histórico a cada dia.

A notícia teve a condenação de muitos altos funcionários iranianos. Na noite de quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores, Javad Zarif, disse que o governo dos Estados Unidos pretende “explodir nossos canais restantes para pagar alimentos e remédios”, acrescentando que os iranianos “sobreviverão a esta mais recente das crueldades”.

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