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Irã lança jogo para ‘vingar’ a morte de Soleimani

A Guarda Revolucionária do Irã retaliou em 8 de janeiro, após a morte do comandante; oficiais prometeram ‘vingança severa’ ao lançar mísseis contra bases militares dos EUA

Uma empresa de jogos iraniana lançou um aplicativo de celular intitulado “Vingança Severa”, que oferece aos jogadores a chance de “vingar” a morte do general Qassem Soleimani, comandante das Forças al-Quds, unidade de elite da Guarda Revolucionária do Irã.

Soleimani foi morto por um a drone executado por forças dos Estados Unidos, em Bagdá, capital do Iraque, em 3 de janeiro deste ano.

O jogo está na categoria “estratégia”, disponível no Café Bazaar, loja de jogos online para Android, no Irã, fundada em 2011, por estudantes e graduados de universidades iranianas. O aplicativo tem o subtítulo de Sardar Delha, ou “Comandante dos Corações”, em farsi.

Na última semana, a rede Al-Arabiya reportou o surgimento de um jogo de tabuleiro iraniano, desenvolvido pela empresa de jogos Iran Bazi, baseado em conceito similar. Segundo as informações, o jogo foi lançado logo em fevereiro último.

Irã explora o mercado de video games e jogos de tabuleiro; ambos os jogos intitulados ‘Vingança Severa’ prometem permitir ao jogador retaliar a morte de Qassem Soleimani

“Vingança Severa é um jogo de quebra-cabeças para toda a família, sobre realizar vingança contra a América terrorista, de modo que as famílias e jovens possam passar seu tempo e gastar sua energia combatendo o inimigo, mesmo enquanto relaxam e se divertem”, declara a empresa Iran Bazi em seu website. O jogo é indicado para jogadores de dez anos ou mais.

O assassinato de Qassem Soleimani foi considerado ilegal sob a lei internacional, segundo Agnés Callamard, relatora especial da ONU sobre execuções extrajudiciais.

Callamard afirmou que a gestão de Trump não apresentou evidências suficientes de ameaça iminente aos interesses dos Estados Unidos, para justificar o ataque contra o comboio de Soleimani, que deixava o aeroporto internacional de Bagdá.

O ataque também resultou na morte de Abu Mahdi Al-Muhandis, vice-líder das Forças de Mobilização Popular do Iraque, organização paramilitar que opera conjuntamente ao Exército do Iraque no combate ao Daesh (Estado Islâmico).

Em 8 de janeiro, a Guarda Revolucionária do Irã retaliou, ao lançar uma série de mísseis balísticos contra bases militares que abrigavam tropas dos Estados Unidos, logo após oficiais iranianos prometerem “vingança severa” pela morte de Soleimani.

Os Estados Unidos negaram qualquer baixa ou morte, mas o Irã manteve alegações de êxito. Posteriormente, o Pentágono reconheceu que mais de cem soldados americanos foram diagnosticados com “ferimentos traumáticos cerebrais”, decorrentes do ataque. O governo americano justificou a mudança nos números ao alegar que os sintomas de tais traumas podem demorar para manifestar-se.

LEIA: O ‘Grande Jogo’ em movimento: matar Soleimani reflete desespero dos Estados Unidos no Oriente Médio

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