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Israel transforma mesquitas palestinas em sinagogas e bares

Mesquita de Omar em Tiberias, Palestina ocupada [Wikipedia]
Mesquita de Omar em Tiberias, Palestina ocupada [Wikipedia]

Um estudo publicado pelo Alto Comitê de Acompanhamento dos Cidadãos Árabes em Israel revelou que autoridades israelenses transformaram ao menos quinze mesquitas palestinas em sinagogas, além de muitas outras convertidas em funções distintas de sua identidade histórica.

A chamada mesquita Zaydani, um dos marcos de Tiberias, foi construída conforme padrões estilísticos da arquitetura mameluca, com um grande domo e um minarete. A cidade localiza-se no norte do território ocupado durante a Nakba (catástrofe palestina), como é designada a criação do Estado de Israel, em 1948.

“Como muitos palestinos, os residentes de Tiberias fugiram para Síria e Líbano após a Nakba”, relatou Kamal Khatib, representante do Alto Comitê de Acompanhamento dos Cidadãos Árabes em Israel, à agência Anadolu. “A família Zaydani, porém, mudou-se para a cidade vizinha de Nazaré”.

Khatib reitera que a família Zaydani pediu às autoridades da ocupação israelense permissão para reformar a mesquita histórica em questão.

“A prefeitura de Tiberias, contudo, recusou o pedido, ao alegar que ela mesma reformaria o local, mas nada aconteceu … Desde então, a mesquita está fechada; autoridades israelenses impedem a entrada de fiéis visitantes”.

LEIA: Mesquita na Cisjordânia é incendiada por colonos israelenses

O estudo demonstrou ainda que 40 mesquitas foram destruídas, fechadas ou abandonadas; outras 17 mesquitas foram transformadas em bares, restaurantes ou museus. Por exemplo, a Mesquita de Al-Ahmar, na cidade de Safed, tornou-se uma sala de concertos; a Mesquita de Al-Jadid, em Cesaréia, foi convertida em bar.

Khatib recordou que as mesquitas no período anterior à Nakba costumavam reunir muitos fiéis. “Após a Nakba, no entanto, as mesquitas foram destruídas, particularmente nas aldeias. Outras mesquitas foram transformadas em sinagogas, bares, museus, cafés e restaurantes.”

Por essa razão, Kathib lamentou que a política da ocupação de Israel “desconsidera os sentimentos da população islâmica”, ao mencionar o caso do cemitério histórico de al-Isaaf, em Jaffa, onde túmulos foram destruídos a despeito de protestos dos residentes locais.

Ao longo dos avanços da ocupação, as autoridades israelenses impuseram uma série de leis para confiscar propriedades palestinas que tiveram de fugir de suas casas e terras, por meio da força.

“O Knesset [Parlamento de Israel] outorgou a Lei dos Ausentes, sobre a qual Israel confiscou edifícios e propriedades de cidadãos árabes”, exemplificou Khatib. Esta legislação efetivamente expropria as posses dos palestinos que deixaram suas casas durante o processo de êxodo palestino e limpeza étnica, para concedê-las a colonos judeus.

Israel nega as acusações de utilizar as mesquitas para qualquer outro propósito senão culto.

Em outubro de 2015, o Ministério de Relações Exteriores de Israel alegou que havia cerca de 400 mesquitas no território Israelense é que o número de fiéis aumentou cinco vezes nos últimos 25 anos.

Khatib, entretanto, desmente: “O governo israelense jamais construiu uma mesquita sequer, na história do país”.

Judaização de Jerusalém [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

Judaização de Jerusalém [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

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