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Prisioneiro palestino no Texas carece de tratamento médico, apesar de infecção por covid-19

Mofeed Abd al-Rahim Ismail Abd al-Qadir Meshaal, cidadão americano, nascido na Palestina, foi condenado a vinte anos de prisão no fim de 2008 [Alresalah]
Mofeed Abd al-Rahim Ismail Abd al-Qadir Meshaal, cidadão americano, nascido na Palestina, foi condenado a vinte anos de prisão no fim de 2008 [Alresalah]

A saúde de um prisioneiro palestino mantido no Instituto Correcional Federal de Seagoville, Texas, deteriorou-se devido a “falta de tratamento apropriado”, após contrair covid-19, segundo informações da agência de notícias Shehab, divulgadas nesta segunda-feira (13).

Mofeed Meshaal foi sentenciado a vinte anos de prisão por supostamente desviar fundos filantrópicos ao Hamas.

“Meu irmão e outros palestinos foram detidos pelas autoridades dos Estados Unidos naquilo que tornou-se conhecido como caso da Fundação Terra Santa”, explicou Maher Meshaal. “Foi condenado a vinte anos, mas outros foram sentenciados a períodos tão longos quanto 65 anos de prisão.”

Maher Meshaal reiterou que seu irmão já cumpriu doze anos de prisão.

Embora sob custódia, o preso palestino e colegas contraíram coronavírus. Maher acusou as autoridades carcerárias de negligência médica, ao não fornecer cuidados de saúde adequados. “Eles [os presos infectados] estão em uma aula separada, mas não receberam qualquer tratamento”, destacou Maher.

LEIA: 95% dos palestinos detidos nas cadeias de Israel sofrem tortura, denuncia ong

Mofeed é irmão também de um ex-líder do gabinete político do Hamas, Khaled Meshaal. O prisioneiro e seus colegas na Fundação Terra Santa negaram as acusações imputadas contra eles, ao destacar que todos os recursos filantrópicos da entidade foram depositados em bancos americanos e transferidos aos palestinos somente via bancos israelenses.

A processo de 2004 encerrou-se em um impasse do júri. Em 2008, um novo julgamento ganhou notoriedade, à medida que a promotoria passou a recorrer a evidências confidenciais “sem precedentes” oriundas de um agente de inteligência israelense, sob codinome “Avi”.

O juiz em questão “ignorou o direito dos réus, conforme a 6ª Emenda [da Constituição dos Estados Unidos] de serem confrontados com as testemunhas que os acusam”.

Miko Peled, filho de um general israelense e autor antissionista, decidiu escrever um livro para denunciar o processo ao qual os cidadãos palestinos foram submetidos. A obra – “Injustice: The Story of the Holy Foundation Five”, ou “Injustiça: A história dos cinco da Fundação Terra Santa”, em tradução livre – foi classificada como “estudo exaustivo” sobre o caso.

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Palestina: quatro mil anos de história
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