Nesta terça-feira (23), assessores próximos ao Presidente dos Estados Unidos Donald Trump deram início a uma série de discussões sobre conceder ou não a luz verde ao plano do premiê israelense Benjamin Netanyahu para anexar assentamentos ilegais na Cisjordânia ocupada. As informações têm como fonte um oficial americano e um indivíduo próximo às deliberações.
Às vésperas do prazo de 1° de julho, proposto por Netanyahu para principiar os processo de anexação, a Casa Branca realizou encontro que incluiu Jared Kushner, genro e assessor sênior de Donald Trump; Robert O’Brien, conselheiro de segurança nacional; Avi Berkowitz, enviado americano ao Oriente Médio; e David Friedman, Embaixador dos Estados Unidos em Israel.
Netanyahu conta com o apoio de Trump para executar um avanço amplamente condenado por palestinos, aliados árabes dos Estados Unidos e outros governos e entidades da comunidade internacional.
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O presidente americano não participou da reunião, segundo a fonte anônima. Entretanto, fontes oficiais alegam que Trump pode juntar-se aos debates posteriormente, conforme continuam as deliberações.
Sob o “plano de paz” para o Oriente Médio anunciado por Trump em janeiro, está previsto que os Estados Unidos deverão reconhecer soberania israelense sobre os assentamentos judaicos ilegais construídos sobre terras previstas historicamente a um eventual estado palestino.
A proposta de Trump até cria, ocasionalmente, um estado palestino sob o “plano de paz”, mas impõe restrições severas e condições abusivas para tanto. Líderes palestinos rejeitaram a iniciativa por completo.
![‘Não perderei a oportunidade de anexar a Cisjordânia’, diz Netanyahu [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]](https://www.monitordooriente.com/wp-content/uploads/2020/06/IMG_0893-scaled-2.jpg)
‘Não perderei a oportunidade de anexar a Cisjordânia’, diz Netanyahu [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]
‘Não perderei a oportunidade de anexar a Cisjordânia’, diz Netanyahu [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]Entre as principais alternativas sob consideração dos Estados Unidos está um processo passo a passo, no qual Israel inicialmente poderia declarar soberania sobre assentamentos próximos a Jerusalém, ao invés dos 30% da Cisjordânia almejados pelo plano original de Netanyahu.
Trump não fechou as portas a uma anexação de larga escala, mas teme que permitir a Israel este avanço tão célere possa matar qualquer expectativa de atrair os palestinos à mesa de negociações sobre sua proposta.
Também há receios de oposição da Jordânia, um dos dois únicos países árabes a manter tratados de paz com Israel, além dos estados do Golfo que buscam expandir engajamento e normalizar relações com o estado sionista.
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Na terça-feira, os oficiais realizaram “discussões informais internas”, segundo a fonte. Não se chegou a decisão alguma. Kushner participou e logo depois viajou com Trump ao estado do Arizona, para compromissos eleitorais.
Washington também deixou claro que deseja união do governo israelense, que não apresenta ainda qualquer consenso sobre o assunto.








