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Construções em assentamentos israelenses aumetam 25% desde posse de Trump em 2017

Obras de construção de Ramot, um assentamento judeu em Jerusalém Oriental. Foto de 4 de outubro de 2018. [Mostafa Alkharouf/ Agência Anadolu]

A taxa média anual de construção de assentamentos israelenses no território palestino ocupado aumentou 25% desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, assumiu o cargo, segundo novos números de ontem.

Conforme relatado pela Associated Press (AP), os dados do órgão de monitoramento de paz Peace Now mostram que as atividades de assentamentos israelenses mantiveram um “ritmo acelerado” em 2019, impulsionado pelo apoio da administração dos EUA.

Além disso, e “talvez de forma mais significativa,o governo do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu aprovou no ano passado planos para construir milhares de novas casas, preparando as bases para um forte aumento na construção nos próximos anos”, acrescentou a AP.

“Na minha opinião, eles estão tentando aproveitar a janela de oportunidade que têm sob o governo Trump, sabendo que isso pode mudar em alguns meses”, disse o pesquisador do Peace Now, Hagit Ofran.

“Não havia antes um governo apoiando os assentamentos anteriormente, jamais.”

Há quase três quartos de milhão de colonos israelenses vivendo na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, em mais de 200 assentamentos vistos pela comunidade internacional como ilegais. Os assentamentos estão no centro de um regime visto pelos grupos de direitos humanos como inerentemente discriminatório.

Segundo o Peace Now, citando dados oficiais, Israel iniciou a construção de 1.917 novas casas de assentamentos na Cisjordânia no ano passado. Embora um pouco abaixo das 2.100 obras iniciadas em 2018, no geral, “Israel começou a construção em uma média de 2.267 casas por ano desde que Trump tomou posse, em comparação com uma média anual de 1.807 unidades durante o governo Obama”.

Significativamente, conforme relatado pela AP, “a construção foi espalhada por toda a Cisjordânia, incluindo pequenos assentamentos nas profundezas do território”.

Os dados do Peace Now revelaram ainda que “Israel no ano passado planejou construir quase 8.457 novas casas, facilitando que sejam construídas nos próximos anos, mais do que as 5.618 unidades no ano passado e 6.742 em 2017”.

Em comparação, “Israel apresentou planos para um total de 4.611 novos residências durante os dois últimos anos do governo Obama”.

Oded Revivi, prefeito do assentamento de Efrat, disse à AP que “não é segredo” que o governo Trump tenha sido mais tolerante com a construção.

“Se ainda tivermos os mesmos atores, Netanyahu e Trump, prevejo que os números que você verá em 2020, ou com mais precisão em 2021, serão realmente maiores que 2019”, disse ele.

LEIA: ‘Gastos discricionários’ de Israel sobre assentamentos ilegais aumentam em 50 por cento

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