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Manifestante palestino é morto em distúrbios devido a plano dos EUA para o Oriente Médio

Corpo de Yazan Abu Tabikh, de 19 anos, que sucumbiu aos ferimentos no Hospital Doctor Khalil Suleiman , baleado por forças israelenses em uma briga entre soldados israelenses e jovens palestinos, é carregado durante sua cerimônia fúnebre em Jenin, na Cisjordânia. Em 6 de fevereiro de 2020 [Issam Rimawi/Agência Anadolu]

Um manifestante palestino foi morto a tiros na Cisjordânia na sexta-feira, enquanto líderes palestinos e norte-americanos se acusavam pela violência que eclodiu depois que o presidente Donald Trump revelou um plano de paz para o Oriente Médio que os palestinos rejeitaram como unilateral. A informação é da agência Reuters.

Manifestantes palestinos e policiais israelenses entraram em seguidos conflitos desde que as propostas de paz foram divulgadas por Trump, ao lado do primeiro-ministro de Israel.

O assassinato de sexta-feira aumentou o número de mortos na Palestina para quatro. Mais de uma dúzia de israelenses foram feridos em ataques de carro e tiros desde a proposta de Trump.

Na sexta-feira, pessoas enlutadas se reuniram na Cisjordânia ocupada para o funeral de um policial palestino morto nos distúrbios do dia anterior. As autoridades palestinas disseram que ele foi morto por tiros israelenses. Israel não comentou.

Houve confrontos esporádicos entre manifestantes e forças de segurança israelenses perto de Azzun, onde o funeral foi realizado.

Palestinos também entraram em conflito com soldados israelenses em Jericó e queimaram pneus na vila de Bil’in, na Cisjordânia.

Médicos palestinos disseram que um manifestante foi baleado e morto perto de Tulkarm, na sexta-feira.

O exército israelense disse que dezenas de manifestantes atiraram pedras e bombas nos soldados e que estes identificaram um palestino que atirou uma bomba no fogo e “responderam com tiros para remover a ameaça”.

“O povo palestino não permitirá que o ‘Acordo do século’ seja aprovado”, disse Mohammed Barakeh, agitando uma bandeira palestina em Bil’in, referindo-se ao acordo de paz dos EUA.

Acordo de Trump viola o direito internacional – Cartum [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

“Eles estão lutando por seu caráter nacional e pela independência de seu país”, disse Barakeh, ex-parlamentar israelense e membro da minoria árabe de 21% de Israel, muitos dos quais se identificam com irmãos palestinos na Cisjordânia e Gaza.

O presidente Mahmoud Abbas, da Autoridade Palestina, rejeitou o plano de paz de Trump, que daria a Israel a maior parte do que buscou durante décadas de conflito, incluindo a disputada cidade santa de Jerusalém e quase toda a terra ocupada em que construiu assentamentos.

O negociador palestino Saeb Erekat disse que Washington é o culpado pela agitação desde que o plano foi divulgado.

“Aqueles que apresentam planos para anexação e legalização da ocupação e assentamentos são os reais responsáveis pelo aprofundamento da violência e controntos”, declarou.

Ele disse que Abbas iria ao Conselho de Segurança da ONU com “um plano de paz genuíno”.

O conselheiro sênior de Trump, Jared Kushner, principal arquiteto do plano dos EUA, denunciou a liderança palestina, rompendo décadas de diplomacia em que Washington procurou parecer neutro. Na quinta-feira, ele culpou Abbas pela violência.

“Acho que ele tem uma responsabilidade”, disse Kushner depois de falar aos embaixadores do Conselho de Segurança da ONU. “Ele pediu dias de raiva como resposta e disse isso antes mesmo de ver o plano.”

A polícia israelense disse que os chefes se encontraram na quinta-feira e aumentariam a segurança “em todo o país, com ênfase em Jerusalém”.

Os palestinos boicotam há muito as relações com o governo Trump, que consideram preconceituosas. Washington diz que seu plano oferece um caminho para um estado palestino e culpa a liderança palestina por perseguir objetivos irrealistas.

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