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Embaixador do Catar chega a Gaza à medida que a Grande Marcha do Retorno chega à sua 71ª semana

Embaixador do Catar Mohammed Al-Emadi (no centro) é recebido pelo chefe do Hamas em Gaza, Yahya Sinwar (à direita), e outros oficiais, em Gaza, 24 de janeiro de 2019 [Mohammed Asad/Monitor do Oriente Médio]

O embaixador Mohammed Al-Emadi, presidente do Comitê Nacional do Catar para a Reconstrução de Gaza, chegou ontem (23) na Cidade de Gaza por meio da travessia de Beit Hanoun (Erez), no norte da Faixa de Gaza.

Sua visita coincidiu com a 71ª sexta-feira da Grande Marcha do Retorno, cujo objetivo é romper com o cerco israelense que já dura doze anos ao território litorâneo e conquistar o legítimo direito de retorno para todos os refugiados palestino.

Al-Emadi chegou em Gaza para discutir a trégua entre facções palestinas e Israel, assim como para monitorar projetos apoiados financeiramente pelo Catar. Enquanto isso, relatos israelenses indicam que as últimas parcelas de recursos do Catar para Gaza, estimadas em US$ 30 milhões, foram aprovadas para transferência.

As facções palestinas chegaram a alguns acordos com o governo de Israel no fim de 2018, sob mediação do Egito, Catar e Nações Unidas, a fim de atenuar o cerco a Gaza em troca da suspensão dos protestos palestinos próximos à cerca de fronteira.

No entanto, segundo palestinos, Israel não cumpriu os termos da trégua, tampouco atenuou o cerco a Gaza.

O Alto Comissariado Nacional pela Grande Marcha do Retorno e Fim do Cerco, portanto, emitiu uma declaração ainda ontem prometendo responsabilizar plenamente as autoridades israelenses por qualquer ataque executado contra manifestantes da Grande Marcha do Retorno.

A comissão também divulgou sua decisão de mobilizar o povo em apoio a Jerusalém e à Mesquita de Al-Aqsa, a fim de rememorar o 50° aniversário do ataque incendiário cometido contra o local sagrado e à luz das políticas constantemente agressivas de Israel contra o complexo.

A comissão destacou “seus esforços para garantir a segurança dos participantes nas marchas e poupar as pessoas de ferimentos causados por crimes cometidos pela ocupação”. Também enfatizou que os palestinos estão “afirmando o seu compromisso com o direito de retorno como um direito não-negociável e inalienável.”

Desde março de 2018, os palestinos participam da chamada Grande Marcha do Retorno, perto da cerca que separa Gaza de Israel, e reivindicam o retorno dos refugiados às cidades e aldeias de onde foram expulsos em 1948. Também exigem o fim do bloqueio a Gaza.

O Exército de Israel reprimiu violentamente esses protestos, resultando na morte de dezenas de palestinos, além de milhares de feridos.

Enquanto isso, o Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu recrudesceu sua retórica contra Gaza e ameaçou lançar uma operação militar de larga escala contra a Faixa de Gaza. Acredita-se que este movimento faça parte de sua campanha eleitoral. Comentaristas especulam que Netanyahu poderá provocar uma guerra para evitar a realização das novas eleições, devido à sua baixa aprovação nas pesquisas.

Esta escalada verbal foi ecoada por alguns ministros do gabinete de Netanyahu e levanta questões sobre a seriedade de tais ameaças. De modo bastante similar, Benny Gantz – líder da oposição de fato em Israel, composta pela aliança Azul e Branco (Kahol Lavan) – também ameaçou “golpear” Gaza caso eleito primeiro-ministro em 17 de setembro.

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