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EUA planejam propor o fim da UNRWA na conferência do Bahrein, diz jornal israelense

Mulheres palestinas protestam contra os cortes de apoio financeiro americano à UNRWA (agência das Nações Unidas para os refugiados palestinos), em frente ao escritório das ONU na Faixa de Gaza, 11 de fevereiro de 2018 [Said Khatib/AFP/Getty Images]

Os Estados Unidos planejam propor o desmantelamento da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) durante a conferência de “paz para prosperidade”, marcada para ocorrer no Bahrein no próximo mês.

O jornal Israel Hayom divulgou que os Estados Unidos planejam, durante a conferência, revogar a permissão concedida por Israel para que a UNRWA opere na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, acrescentando que Israel está relutante sobre os efeitos desta decisão.

Segundo informações do jornal, os Estados Unidos irão, em resposta, oferecer reformas aos campos de refugiados palestinos na Cisjordânia, apoio para construção de cidades permanentes e “substituição das atividades de educação e distribuição de alimentos da UNRWA pelo desenvolvimento de programas implementados por ONGs internacionais administradas pela Autoridade Palestina.”

O jornal destacou que o enviado americano à região, Jason Greenblatt, propôs recentemente planos similares, afirmando que substituir a UNRWA e encerrar suas operações é central ao acordo, além de enfatizar que a agência somente perpetua o conflito.

Em declaração conjunta com o Bahrein, os Estados Unidos anunciaram no início deste mês que Manama será sede de um seminário econômico. A Casa Branca afirmou que o objetivo do evento é “encorajar o investimento financeiro em Gaza, Cisjordânia e região,” descrevendo-o como “o primeiro estágio para o ‘acordo do século’ patrocinado pelos Estados Unidos.”

Recentemente, oficiais americanos relataram à agência Reuters que o seminário econômico reunirá oficiais de governos internacionais e líderes do empresariado, em um esforço para “impulsionar os trabalhos da parte econômica da iniciativa de paz, da qual também se espera incluir a resolução de questões políticas controversas no coração do conflito israelo-palestino.”

Estabelecida em 1949, a UNRWA oferece apoio crítico a refugiados palestinos na Faixa de Gaza sitiada, na Cisjordânia (ocupada por Israel), Jordânia, Líbano e Síria.

No ano passado, o Departamento de Estado americano declarou que Washington não iria mais “se comprometer com o financiamento” da UNRWA. Os Estados Unidos eram, até então, o maior contribuidor à agência, ao prover US$ 350 milhões anualmente – quase um quarto do orçamento total da instituição.

Esta conjuntura ocorre um mês depois do suposto surgimento de um documento secreto de inteligência americana que afirma haver somente 40.000 refugiados palestinos, ao considerá-los isoladamente os palestinos que deixaram sua pátria em 1948 e permanecem vivos até hoje, ou seja, ao ignorar seus descendentes.

Outros relatos apontam que Jared Kushner, conselheiro sênior e genro do presidente americano, Donald Trump, tentou pressionar a Jordânia a retirar mais de dois milhões de pessoas do status de refugiados, em um movimento cujo objetivo é eliminar as operações da UNRWA.

A expectativa de vida da UNRWA está em risco devido aos cortes da administração de Donald Trump – cartum [Al Arabi21 News/Twitter]

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