clear

Criando novas perspectivas desde 2019

Centenas protestam em São Paulo contra fome e genocídio em Gaza

30 de julho de 2025, às 12h07

Centenas de ativistas brasileiros, incluindo sindicatos e movimentos sociais, realizaram no domingo (27) um protesto em São Paulo em apoio ao povo palestino, contra o cerco e genocídio israelenses na Faixa de Gaza. [Frente Palestina/SP]

Centenas de ativistas brasileiros, incluindo sindicatos e movimentos sociais, realizaram no domingo (27) um protesto em São Paulo em apoio ao povo palestino, contra o cerco e genocídio israelenses na Faixa de Gaza.

As informações são da rede de notícias Quds Press.

A manifestação ocorreu em frente ao Banco Safra, na Avenida Paulista, ente financeiro denunciado por laços com o Estado colonial. Os presentes reivindicaram do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva que rompe relações com Israel.

O protesto foi convocado pela Frente Palestina São Paulo, com apoio do movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), no Brasil, bem como partidos, simpatizantes e judeus antissionistas.

Manifestantes exibiram cartazes denunciando a fome em Gaza.

Em contato com a rede Quds Press, o ativista Fábio Bosco ressaltou a cumplicidade da comunidade internacional com os massacres em Gaza. Bosco notou demandas pelo fim de exportações da estatal Petrobrás a Israel.

“Vim aqui para dizer que o Brasil tem de apoiar os oprimidos e não exportar petróleo à máquina de morte sionista”, destacou.

Organizadores enfatizaram em seu chamado dossiê recente da Classificação Integrada de Fases da Segurança Alimentar (IPC, na sigla em inglês), segundo o qual a totalidade da população de Gaza — entre 2.2 e 2.4 milhões de pessoas — vivem em insegurança alimentar, incluindo 900 mil pessoas em situação catastrófica (fase %).

LEIA:  Gaza: uma em cada quatro crianças e grávidas atendidas tem desnutrição, afirma MSF

William Mendes, do Sindicato dos Bancários de São Paulo, denunciou um “vergonhoso silêncio global”, ao reafirmar: “Não podemos falar de democracia, e de justiça social, se ficarmos em silêncio sobre o uso da fome como arma — contra crianças!”

Para Camila Malagine, ativista, “não se trata de conflito, mas de uma política calculada de genocídio”. “Nosso governo tem de ser firme”, acrescentou.

Lula reconhece o genocídio, porém procrastina ainda a ruptura de relações. Em julho, a relatora especial das Nações Unidas Francesca Albanese mencionou a Petrobrás como uma das empresas implicadas na “economia da ocupação”.

Desde então, o governo em Brasília formalizou sua adesão no processo contra o Estado israelense no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), radicado em Haia, em curso desde janeiro de 2024.

Nesta segunda-feira (28), em evento na ONU sobre uma solução para a crise, o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, prometeu ampliar sanções; porém, sem sugestão de rompimento de laços até então.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro de 2023, com ao menos 60 mil mortos e dois milhões de desabrigados, sob cerco, destruição e fome.

LEIA: É hora de sanções contra Israel para cessar a carnificina em Gaza