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Espanha abre inquérito penal contra Netanyahu por ataque ao barco Madleen

9 de julho de 2025, às 13h00

Embarcação Madleen, da Flotilha da Liberdade, com destino a Gaza, ancorada no porto de San Giovanni La Cuti, na Itália, em 1º de junho de 2025 [Salvatore Allegra/Agência Anadolu]

A Justiça espanhola abriu um novo inquérito penal contra o primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu, o ministro de Relações Exteriores, Gideon Sa’ar, e diversos oficiais militares por crimes de guerra e lesa-humanidade associados à invasão da embarcação humanitária Madleen, com destino a Gaza, em meados de junho.

Jaume Asens, jurista e eurodeputado, anunciou na terça-feira (7) na plataforma social X (Twitter) ter registrado uma queixa legal no Tribunal Nacional da Espanha.

A ação invoca o princípio de jurisdição universal corroborado pela Espanha, embasada em duas partes: um processo individual do ativista Sergio Toribio, vítima direta, e uma denúncia coletiva do Comitê de Solidariedade com a Causa Árabe (CSCA).

Asens confirmou a abertura do processo pela corte. Segundo o deputado, um veredito implica no reconhecimento de que o sequestro do Madleen, em águas internacionais, “constitui crime de guerra”.

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O jurista reiterou ainda que a investigação deve examinar os métodos aplicados contra a tripulação civil, incluindo uso de drones, gás lacrimogêneo e detenção ilegal dos doze ativistas a bordo — entre os quais, a sueca Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila, bem como a colega de plenário de Asens, franco-palestina, Rima Hassan.

A embarcação civil carregava insumos essenciais a Gaza, como fórmula infantil, fraudas, arroz, produtos de higiene, kits de dessalinização de água, insumos médicos, muletas e próteses infantis para as vítimas amputadas da guerra.

O processo de Toribio pede inquérito judicial, depoimento das partes internacionais e mandados de prisão aos perpetradores.

Em cerca de 630 dias, a campanha israelense em Gaza — investigada como genocídio pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia — deixou ao menos 57 mil mortos e dois milhões de desabrigados sob catástrofe de fome.

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