A Agência das Nações Unidas para a Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) reiterou nesta sexta-feira (25) que os 54 dias consecutivos de bloqueio humanitário de Israel contra a Faixa de Gaza aprofundaram a crise de fome que assola a população, sob genocídio desde outubro de 2023.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Em nota, observou a UNRWA: “Quase três mil caminhões com insumos essenciais para salvar vidas estão prontos para entrar em Gaza” — porém, sem o aval das autoridades israelenses.
“As pessoas de Gaza estão famintas e a situação é desesperadora”, acrescentou. “Ajuda humanitária está sendo usada como barganha e arma de guerra”.
A UNRWA reforçou apelos para que o “cerco seja suspenso, insumos entrem no enclave, reféns [prisioneiros de guerra] sejam libertados e o cessar-fogo seja retomado”.
Segundo a agência, “abrigos superlotados estão em condições terríveis; provedores de serviços não conseguem trabalhar; e os últimos recursos estão se exaurindo”.
O exército de Israel mantém um fechamento absoluto das travessias de Gaza a insumos essenciais, incluindo comida e medicamentos, desde 2 de março de 2025, em despeito aos alertas de catástrofe humanitária sem precedentes, deferidos reiteradamente por órgãos governamentais, grupos de direitos humanos e agências internacionais.
Recentemente, a UNRWA reforçou alertas de que a população de Gaza vive à margem de uma “fome extrema”, devido ao contínuo bloqueio de Israel.
Em 18 de março, o exército israelense retomou ataques intensivos a Gaza, ao revogar o cessar-fogo de 19 de janeiro, incluindo acordo de troca de prisioneiros.
Desde outubro de 2023, quando deflagrou o genocídio, Israel matou ao menos 51.400 pessoas, sobretudo mulheres e crianças.
Em janeiro de 2024, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, aceitou a denúncia sul-africana contra Israel, pelo crime de genocídio em Gaza, ao levar o Estado ocupante, pela primeira vez, ao banco dos réus.
Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), também em Haia, emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade.
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