clear

Criando novas perspectivas desde 2019

Estudo mostra que os empreiteiros da zona de guerra ‘tiraram vantagem’ das condições pós-11 de setembro

14 de setembro de 2021, às 10h02

Sinal na entrada da sede regional da Lockheed Martin Space Systems na cidade de Sunnyvale, Califórnia, no Vale do Silício, 28 de outubro de 2018 [Smith Collection/Getty Images]

O Pentágono gastou até US$ 7 bilhões com empreiteiros que “aproveitaram as condições do tempo de guerra” após o 11 de setembro, sugere um novo estudo divulgado na segunda-feira.

A cifra representa até metade dos gastos de US$ 14 bilhões do Departamento de Defesa desde que a guerra no Afeganistão começou em 2001 e a Guerra contra o Terror se tornou global, de acordo com o Projeto Custos da Guerra, da Universidade Brown.

Sua pesquisa descobriu que os empreiteiros usaram a corrida militar “para sobrecarregar o governo ou se envolver em fraude total” em meio à demanda do Pentágono por assistência rápida e “supervisão menos rigorosa”.

LEIA: A crítica de Blair à retirada do Afeganistão é uma defesa robusta do militarismo ocidental

Até um terço das despesas concedidas aos contratados foram para apenas cinco empresas: Lockheed Martin, Boeing, General Dynamics, Raytheon e Northrop Grumman. A Lockheed Martin sozinha recebeu US$ 75 bilhões no ano fiscal de 2020, o que representa mais de 150% do orçamento de US$ 44 bilhões do Departamento de Estado e da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional para aquele ano, disse o estudo.

Com os EUA concluindo sua retirada do Afeganistão no mês passado e tentando desviar sua postura militar da Guerra ao Terror, já existe um novo fundamento lógico para continuar com os gastos exagerados.

“À medida que os EUA reduzem o tamanho de sua pegada militar no Iraque e no Afeganistão, estimativas exageradas dos desafios militares apresentados pela China se tornaram a nova justificativa de escolha nos argumentos para manter o orçamento do Pentágono em níveis historicamente altos”, disse o estudo. “Os empreiteiros militares continuarão lucrando com esses gastos inflacionados.”