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Sudão é dono do terreno onde a Etiópia construiu barragem, afirma ex-negociador

22 de fevereiro de 2021, às 14h29

Uma visão geral do rio Nilo Azul enquanto ele passa pela Grande Barragem do Renascimento Etíope (GERD), perto de Guba, na Etiópia, em 26 de dezembro de 2019 [Eduardo Soteras/ AFP via Getty Images]

Um ex-membro da equipe de negociação do Sudão que trabalhou com a Etiópia em questões relacionadas à polêmica Grande Barragem da Renascença Etíope (GERD) no rio Nilo, ergueu a sobrancelha ao afirmar que o Sudão é dono das terras nas quais a barragem foi construída.

Ahmed Al-Mufti disse ao canal de satélite saudita Alarabiya na noite de sábado que seu país cedeu o terreno à Etiópia em 1902 com a condição de que Adis Abeba não estabeleceria nenhuma infraestrutura de água sem a aprovação de Cartum. Em sua entrevista no programa Al Boud Al Akhar (A Outra Dimensão), Al-Mufti acrescentou que o Sudão pode pedir que a terra seja devolvida à soberania sudanesa.

Ele pediu ao Conselho de Segurança da ONU que intervenha para impedir a Etiópia de encher o segundo reservatório da barragem em julho. O ex-negociador também alertou que mais de 20 milhões de sudaneses estão em perigo por causa do DRGE.

A Etiópia fica a montante do Sudão, no Nilo. Afirma que o GERD é importante para o desenvolvimento do país, mas os dois países a jusante do rio, Sudão e Egito, afirmam que representa uma grande ameaça porque reduzirá suas cotas históricas de água do rio de que tanto dependem.

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