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Israel exorta Biden a ignorar direitos humanos em favor das alianças árabes

15 de janeiro de 2021, às 10h00

Joe Biden, presidente eleito dos Estados Unidos, no estado de Delaware, 19 de novembro de 2020 [Jim Watson/AFP/Getty Images]

Israel pretende exortar o futuro governo dos Estados Unidos de Joe Biden a não exercer pressão contra Arábia Saudita, Egito e Emirados Árabes Unidos sobre suas graves violações de direitos humanos, entre outras questões regionais, como a intervenção militar no Iêmen.

Segundo o website de notícias Axios, fontes de segurança receiam que Biden esfrie relações com esses países. Israel considera sua cooperação de defesa e inteligência com Riad, Cairo e Abu Dhabi como “central à estratégia para reagir ao Irã e pilar à segurança regional”.

Biden prometeu em campanha priorizar os direitos humanos e a democracia ao promover a política internacional de seu governo. Também condenou abertamente Riad sobre a guerra no Iêmen e recusou-se a conversar com os líderes dos três países após vencer as eleições.

O estado da ocupação israelense, entretanto, deseja convencer o presidente eleito a não permitir que novas políticas sobre o Iêmen aprofundem a influência do Irã no Oriente Médio ou prejudiquem a cooperação regional sobre outras questões.

Enquanto isso, Riad, Cairo e Abu Dhabi agradeceram a proposta do atual Secretário de Estado dos Estados Unidos Mike Pompeo para designar como “terrorista” o grupo iemenita houthi, a despeito de receios globais sobre o impacto da medida à crise humanitária no Iêmen.

Segundo as fontes de segurança, Israel recentemente encorajou Egito e Arábia Saudita a melhorar sua imagem em termos de direitos humanos, a fim de promover uma atmosfera mais favorável ao diálogo com Biden e sua equipe.

Israel planeja alertar Biden de que uma crise diplomática com Arábia Saudita, Egito e Emirados Árabes Unidos pode afastá-los dos Estados Unidos e aproximá-los da Rússia e China.

“Estivemos muito perto de perder o Egito, há anos atrás”, argumentou um oficial israelense. “Nossa mensagem ao governo Biden será: vá com calma, cuidado com mudanças dramáticas, não venha com predisposições e não prejudique relações com os aliados regionais”.

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