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Ministério das Relações Exteriores da Suíça monitora Palantir devido a preocupações relacionadas a Gaza, revela mídia

23 de dezembro de 2025, às 09h13

Palestinos vivendo em tendas improvisadas tentam continuar suas vidas diárias em condições difíceis em meio aos escombros deixados pelos ataques israelenses na Cidade de Gaza, Gaza, em 19 de dezembro de 2025. [Saeed M. M. T. Jaras/ Agência Anadolu]

O Ministério das Relações Exteriores da Suíça está examinando se a empresa americana de análise de dados Palantir deve se registrar junto às autoridades suíças sob a lei do país  sobre mercenários, após relatos sobre o papel controverso da empresa nas operações militares de Israel em Gaza, informou a Swissinfo na segunda-feira.

Zurique serve como um centro para as relações comerciais europeias da Palantir, e a empresa construiu laços significativos com corporações suíças e promotores imobiliários, apesar de nenhum contrato com agências federais ou com o exército ter se concretizado, de acordo com o relatório. Cerca de 60 pessoas trabalham em Zurique no desenvolvimento e distribuição de produtos de software, incluindo o Foundry, que, segundo a empresa, é voltado para uso civil, mas também pode ser utilizado em contextos de defesa.

De acordo com a legislação suíça sobre mercenários, empresas que “prestam serviços de segurança privada no exterior a partir da Suíça” ou que dão suporte à infraestrutura logística devem se registrar junto ao governo federal, e “todas as atividades planejadas fora da Suíça devem ser declaradas ao Ministério das Relações Exteriores”. O ministério é obrigado a investigar “quaisquer alegações críveis relacionadas à lei sobre mercenários”, e a ação foi desencadeada por questionamentos dos veículos de comunicação suíços Republik e do coletivo de pesquisa WAV, além de outras reportagens sobre as atividades da Palantir.

Em contato com a Swissinfo, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores suíço informou que “está em andamento uma investigação para determinar se existe tal obrigação de declaração para a Palantir”. Caso exista, a empresa teria que registrar suas atividades e obter aprovação de uma autoridade suíça, o que também poderia levá-la a ser oficialmente considerada uma empresa suíça de tecnologia militar.

Executivos da Palantir reconheceram os desafios de reputação da empresa na Europa, segundo a reportagem. Em reuniões anteriores com jornalistas, a empresa afirmou que os clientes “sempre mantêm o controle total sobre seus dados e todos os processos subsequentes de análise e tomada de decisão” e que nenhuma transação comercial diretamente relacionada a Israel é conduzida a partir de Zurique.

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