A Comissão para Prisioneiros e Ex-prisioneiros Palestino advertiu nesta sexta-feira (8) que autoridades carcerárias de Israel torturam sistematicamente, incluindo choques elétricos e abusos psicológicos, prisioneiros palestinos em sua custódia.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
De acordo com a organização, condições na penitenciária de Gilboa, no norte do território considerado Israel, deterioraram consideravelmente, com unidades especiais invadindo alas carcerárias sob pretexto de revista, com particular brutalidade.
Durante as incursões, prisioneiros são algemados, removidos de suas celas, espancados e eletrocutados, relatou um advogado que visitou o local. Prisioneiros são arrastados nos banheiros, sobre o chão molhado, então alvejados com armas de choque.
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“Os choques não apenas têm o intuito de infringir dor, mas são calculados para quebrar o espírito dos prisioneiros”, destacou o comunicado. “Alguns perdem a consciência. Outros sangram de ferimentos abertos, atingidos com coronhadas”.
O novo informe descreveu ainda cenas de humilhação deliberada, com guardas coloniais rindo de prisioneiros que sangram sobre o assoalho.
Para além da tortura física direta, a comissão corroborou privação de alimentos, ao notar que os prisioneiros recebem porções mínimas, com visível perda de peso.
Em declaração à parte, o chefe do comitê, Raed Abu al-Hummus, ressaltou alarde sobre a piora nas condições na penitenciária de Ofer, perto de Ramallah, na Cisjordânia ocupada. Al-Hummus destacou pressão psicológica.
“O objetivo é claro”, reiterou al-Hummus, “destruí-los emocionalmente, empurrá-los a um estado de colapso mental. Não são casos isolados, mas parte de uma política israelense que se intensifica dentro das prisões”.
Al-Hummus instou de órgãos internacionais de direitos humanos a romperem silêncio, ao indicar que a neutralidade avaliza os abusos.
Segundo a Sociedade dos Prisioneiros Palestinos, instituição de direitos civis, a ocupação israelense mantém encarcerados mais de 10.800 palestinos, entre os quais 49 mulheres, 450 crianças e 2.378 “combatentes ilegais” — isto é, sem acusação ou julgamento.
Os números excluem campos militares de Israel, com milhares de cidadãos abduzidos de Gaza, Síria e Líbano.








