Organizações legais e de direitos humanos denunciaram e rejeitaram categoricamente as declarações recentes do enviado dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Steve Witkoff, no qual negou a existência da fome em Gaza.
Em comunicado conjunta emitida nesta segunda-feira (4), dezessete organizações árabes e internacionais reiteraram que o negacionismo de Witkoff ignora absolutamente os fatos documentados em campo, bem como expressões de dolo e relatórios internacionais que confirmam catástrofe sem precedentes imposta a 2.4 milhões de palestinos.
As organizações destacaram que “a fome em Gaza é uma realidade tangível que ceifou as vidas de 159 pessoas, incluindo 90 crianças”, e que os crimes israelenses não podem ser justificados ou encobertos.
“Esta crise humanitária afeta a todos sem exceção, inclusive os prisioneiros israelenses, que pareceram famintos e desnutridos em vídeos recentes”, observou a nota.
As entidades instaram as Nações Unidas e o Conselho de Segurança a enviar uma missão independente internacional para investigar as condições em Gaza e examinar a dimensão da crise, enfrentada pela população civil, incluindo fome como arma de guerra.
O comunicado instou ainda o Tribunal Penal Internacional (TPI) e o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, a acelerar os inquéritos sobre os crimes cometidos por Israel em Gaza e no restante da Palestina ocupada, ao responsabilizar os envolvidos.
À comunidade internacional, os signatários urgiram cessar-fogo imediato e duradouro, no intuito de assegurar livre acesso humanitário e proteção de civis, equipes assistenciais e profissionais de saúde.
Além disso, reivindicaram dos países que pressionem efetivamente as autoridades em Tel Aviv para respeitar a lei internacional e permitir acesso de imprensa ao enclave, após dez meses de censura “para obscurecer os crimes de genocídio e fome”.








