Wasel Abu-Yousef, oficial sênior da Autoridade Palestina (AP), lamentou nesta quinta-feira (31) as novas sanções dos Estados Unidos a sua organização como “apoio gritante da ocupação israelense”, segundo informações da agência Anadolu.
Abu-Yousef, membro do Comitê Executivo da Organização para Libertação da Palestina (OLP), insistiu que as sanções contra o governo semiautônomo em Ramallah ocorrem à medida que “os Estados Unidos colaboram com o genocídio em Gaza”.
O oficial acusou Washington de “apoiar os crimes e colonos de Israel”, bem como “sua ocupação e sua guerra de extermínio, para apagar a causa palestina após a conferência de Nova York e a onda de países que anunciaram planos para reconhecer a Palestina — que está em voga na agenda global”.
Abu-Yousef advertiu que as sanções trumpistas buscam ainda “minar a representação palestina”, em referência à Autoridade estabelecida em 1992, pelos Acordos de Oslo, assassinados na Casa Branca.
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Mais cedo, na quinta-feira, o Departamento de Estado anunciou revogação de vistos de oficiais da Autoridade e da OLP, ao acusá-las de “internacionalizar o conflito”, devido ao apoio aos processos contra Israel conduzidos em Haia.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro de 2023, com ao menos 60 mil mortos, 145 mil feridos e dois milhões de desabrigados, sob destruição, cerco e fome generalizada. As vítimas são, em maioria, mulheres e crianças.
Em novembro passado, o Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, emitiu mandados de prisão contra Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade cometidos em Gaza.
O Estado israelense é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.
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