clear

Criando novas perspectivas desde 2019

Escalada de Israel na Cisjordânia impede retorno, reportam Nações Unidas

11 de julho de 2025, às 15h14

Soldados israelenses prendem jovens palestinos no campo de refugiados de Balata, em Nablus, na Cisjordânia ocupada, em 18 de junho de 2025 [Nedal Eshtayah/Agência Anadolu]

Ataques israelenses em curso contra cidades e aldeias na Cisjordânia ocupada seguem causando devastação e piora nas condições humanitárias, alertou na quinta-feira (10) o Escritório das Nações Unidas para Assuntos Humanitários (OCHA).

Em seu informe diário, o OCHA observou que os resultados das operações de Israel são “destruição em massa, piora nas demandas humanitárias e eliminação das esperanças de milhares de famílias deslocadas de eventualmente voltarem para a casa”.

O relatório advertiu que assédio e ataques de colonos ilegais contra palestinos nativos se tornaram uma realidade diária.

Neste sentido, destacou um caso de 3 de julho, no qual colonos atacaram e impuseram deslocamento a uma comunidade palestino-beduína em al-Muarrajat, na região central da Cisjordânia.

“Esta é a nona comunidade a ser completamente deslocada nas áreas de Ramallah e de Jericó, desde janeiro de 2023, no contexto dos recorrentes ataques dos colonos ilegais israelenses”, ressaltou o OCHA.

LEIA: Colonos e soldados israelenses ferem 11 palestinos na Cisjordânia ocupada

Nesta mesma conjuntura, nesta sexta-feira (11), o exército de Israel confirmou reforçar tropas na Cisjordânia, com dois batalhões adicionais, segundo reportagem do jornal em hebraico Yedioth Ahronoth.

O exército ocupante não esclareceu o número atual de tropas, tampouco as razões por trás de sua nova escalada.

Desde a deflagração do genocídio israelense em Gaza, ao menos 996 palestinos foram mortos na Cisjordânia, além de sete mil feridos e dez mil detidos arbitrariamente — em boa parte, sem julgamento e sequer acusação; reféns, por definição.

Em julho último, em decisão histórica, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, reconheceu a ilegalidade da ocupação de Israel na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, ao instar evacuação imediata e reparação aos nativos.

Em setembro, a decisão evoluiu a resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas — por maioria absoluta dos votos, com prazo de um ano a ser executada.

LEIA: Em carta, ministros de Israel pedem anexação imediata da Cisjordânia