Ataques israelenses em curso contra cidades e aldeias na Cisjordânia ocupada seguem causando devastação e piora nas condições humanitárias, alertou na quinta-feira (10) o Escritório das Nações Unidas para Assuntos Humanitários (OCHA).
Em seu informe diário, o OCHA observou que os resultados das operações de Israel são “destruição em massa, piora nas demandas humanitárias e eliminação das esperanças de milhares de famílias deslocadas de eventualmente voltarem para a casa”.
O relatório advertiu que assédio e ataques de colonos ilegais contra palestinos nativos se tornaram uma realidade diária.
Neste sentido, destacou um caso de 3 de julho, no qual colonos atacaram e impuseram deslocamento a uma comunidade palestino-beduína em al-Muarrajat, na região central da Cisjordânia.
“Esta é a nona comunidade a ser completamente deslocada nas áreas de Ramallah e de Jericó, desde janeiro de 2023, no contexto dos recorrentes ataques dos colonos ilegais israelenses”, ressaltou o OCHA.
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Nesta mesma conjuntura, nesta sexta-feira (11), o exército de Israel confirmou reforçar tropas na Cisjordânia, com dois batalhões adicionais, segundo reportagem do jornal em hebraico Yedioth Ahronoth.
O exército ocupante não esclareceu o número atual de tropas, tampouco as razões por trás de sua nova escalada.
Desde a deflagração do genocídio israelense em Gaza, ao menos 996 palestinos foram mortos na Cisjordânia, além de sete mil feridos e dez mil detidos arbitrariamente — em boa parte, sem julgamento e sequer acusação; reféns, por definição.
Em julho último, em decisão histórica, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, reconheceu a ilegalidade da ocupação de Israel na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, ao instar evacuação imediata e reparação aos nativos.
Em setembro, a decisão evoluiu a resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas — por maioria absoluta dos votos, com prazo de um ano a ser executada.
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