Itamar Ben-Gvir, ministro de Segurança Nacional de Israel, instituiu uma nova unidade policial sob sua jurisdição composta por colonos, radicados na Cisjordânia ocupada, ao sugerir esforços de anexação ilegal do território, reportou a Anadolu.
O político supremacista anunciou o novo batalhão em cerimônia nesta quarta-feira (9), realizada dentro da Mesquita Abraâmica, ou Túmulo dos Patriarcas, em Hebron, no sul da Cisjordânia.
Denominada Unidade de Resposta Inicial, a nova força deve operar junto da divisão de polícia da Cisjordânia, constituída, a princípio, por mais de cem colonos instalados em assentamentos, corroborou uma nota das autoridades nesta quinta (10).
Segundo o comunicado, baseado em “pensamento estratégico”, a missão da unidade é fornecer “resposta rápida, efetiva e de emergência”, bem como aperfeiçoar o “aparato de segurança” nos territórios ocupados.
“Esta medida confirma o compromisso da Polícia de Israel em robustecer a defesa dos assentamentos”, acrescentou.
Ben-Gvir caracterizou os colonos que integrarão a unidade como “parte inseparável da sociedade”, ao saudá-los por conceder “respostas rápidas em campo” — em aparente alusão à escalada de ataques coloniais, incluindo pogroms, contra os palestinos nativos da Cisjordânia.
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Para o ministro, trata-se de materialização da “real soberania sionista”, em sugestão do objetivo de longa data de anexar de facto as terras palestinas.
A polícia confirmou que membros do novo batalhão receberão treino de combate, bem como poderes especiais de policiamento e equipamentos avançados.
A medida sucede em uma semana um chamado de 14 ministros israelenses, ao lado de Amir Ohana, presidente do parlamento, para que o premiê Benjamin Netanyahu anexe imediatamente a Cisjordânia.
O vice-comissário de polícia Avshalom Peled insistiu que o batalhão será “voluntário”, para apoiar as operações armadas e servir como “camada adicional” de segurança — isto é, em caráter de milícia.
Ben-Gvir, durante seu mandato, distribuiu milhares de armas de fogo a colonos ilegais, ao incitar atos de violência e buscar constituir sua própria “Guarda Nacional”.
Todos os assentamentos e colonos na Cisjordânia e Jerusalém Oriental são ilegais sob o direito internacional.
Desde a deflagração do genocídio israelense em Gaza, ao menos 994 palestinos foram mortos por soldados e colonos na Cisjordânia, além de dez mil presos políticos, muitos dos quais, sem julgamento ou sequer acusação — reféns, por definição.
Em julho de 2024, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, emitiu uma decisão histórica admitindo a ilegalidade da ocupação na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, ao reivindicar evacuação de soldados e colonos e reparação aos nativos.
Em setembro, a ação evoluiu a resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, por maioria absoluta dos votos, com prazo de um ano a ser implementada.
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