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Fogo amigo: Disparos israelenses matam 31 soldados de infantaria em Gaza

4 de julho de 2025, às 18h02

Soldados israelenses na fronteira com Gaza, em 5 de dezembro de 2024 [Amir Levy/Getty Images]

Ao menos 31 soldados israelenses foram mortos por fogo amigo durante a operação de campo ainda em curso na Faixa de Gaza, confirmou nesta sexta-feira (4) a rádio militar Kan, radicada em Tel Aviv.

Segundo a reportagem, ao menos 72 soldados morreram em “incidentes operacionais” desde 27 de outubro de 2023, quando Israel lançou sua invasão por terra. A estimativa é cerca de 16% das baixas totais de infantaria, reportadas em 440 mortos.

A revelação, contudo, é a alta incidência de fogo amigo — trinta e um mortos —, assim como 23 baixas ligadas a “acidentes com munição”, sete atropelamentos por blindados e seis incidentes não-especificados envolvendo disparos.

Desde a retomada da agressão militar intensiva contra Gaza, em 18 de março, o regime israelense confirmou apenas duas mortes em “incidentes operacionais”, de um total de 31 baixas fatais durante o período.

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Cinco outras mortes foram atribuídas a “acidentes de trabalho”, como suposta queda e mau manuseio de instrumentos de engenharia. Um dos incidentes ocorreu na noite de quinta-feira (3), porém sem detalhes.

Dados do exército israelense contabilizam 882 soldados mortos e seis mil feridos desde a deflagração do genocídio conduzido em Gaza, em 7 de outubro de 2023. No enclave, em contrapartida, são 57 mil mortos, 135 mil feridos e dois milhões de desabrigados — em ampla maioria, mulheres e crianças; isto é, não-combatentes.

Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), sediado em Haia, emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade em Gaza.

O Estado israelense é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.

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