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Autoridades da Suíça mandam fechar Fundação Humanitária de Gaza

3 de julho de 2025, às 13h16

Palestinos esperam ajuda humanitária sob mira militar, perto de posto da chamada Fundação Humanitária de Gaza (GHF), no campo de refugiados de Nuseirat, no centro do enclave, em 25 de junho de 2025 [Eyad Baba/AFP/Getty Images]

A Autoridade Federal de Supervisão de Fundações (FSAF) da Suíça ordenou dissolução da chamada Fundação Humanitária de Gaza (GHF) — sistema israelo-americano ligado a centenas de mortes no enclave —, com sede em Genebra.

A Gazeta de Comércio do país confirmou a medida nesta quarta-feira (2), com alerta de 30 dias para que credores intervenham junto ao grupo antes de sua cassação.

Segundo as autoridades, a GHF falhou em cumprir diversas obrigações legais, incluindo ausência de representantes administrativos, endereço válido e mesmo conta de banco radicada no país.

Em 30 de maio, a União Internacional de Juristas emitiu um alerta reivindicando ações legais contra a GHF devido a numerosas infrações. Segundo Anouar Gharbi, diretor do sindicato em Genebra, a fundação deve ser removida dos registros comerciais da Suíça até 3 de agosto.

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Processos contra membros da GHF seguirão em curso, reiterou Gharbi, com sua união representando sete famílias que perderam parentes nos postos assistenciais instituídos pelo órgão, ou que sofreram violência direta de seus mercenários.

A subsidiária genebrina da GHF é uma organização criada e apoiada por Estados Unidos e Israel, registrada na Suíça em fevereiro deste ano, por razões financeiras.

A Organização das Nações Unidas (ONU), bem como diversas ongs, denuncia a GHF por violações dos critérios assistenciais em favor de uma parte em conflito, além de crimes ou envolvimento em crimes de guerra e lesa-humanidade.

Desde a instalação das forças armadas da GHF em Gaza, com uma redução drástica nos postos de distribuição assistencial no território sitiado, em torno de 550 pessoas foram mortas, enquanto buscavam alimento para suas famílias.

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