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Mais um palestino morre de fome em Gaza, sob violento cerco de Israel 

1 de julho de 2025, às 17h22

Corpo de Ayyub Sabir Abu al-Hasin, de 29 anos, morto por desnutrição severa sob bloqueio de Israel, no Hospital do Kuwait em Khan Yunis, Gaza, em 30 de junho de 2025 [Mahmoud Bassam/Agência Anadolu]

Mais um palestino veio a óbito devido a desnutrição severa causada pelo violento cerco militar israelense a Gaza, reportou uma fonte médica nesta terça-feira (1º).

Ayoub Abu Al-Hussain, de 29 anos, faleceu nesta segunda (30), em Khan Younis, no sul de Gaza, confirmou um oficial do Hospital de Campo do Kuwait, em contato com a agência Anadolu.

“A nova morte representa um desenvolvimento trágico e chocante na piora da catástrofe humanitária em Gaza, devido ao cerco imposto pela criminosa ocupação israelense”, comentou Ismail Thawabteh, chefe de comunicação do governo palestino local.

Thawabteh alertou para aumento nas mortes por fome em Gaza, devido às ações de Israel.

“O fato de que um rapaz em seus melhores anos chegou ao ponto de se tornar quase um esqueleto demonstra os horrores impostos por Israel aos palestinos, através de uma política sistêmica e deliberada de fome, que já não se restringe apenas às crianças”, acrescentou.

Na sexta-feira (27), Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), estimou uma média de 112 crianças admitidas aos hospitais de Gaza diariamente para tratar de desnutrição.

Segundo dados oficiais, ao menos 66 crianças morreram de fome em Gaza desde a deflagração do genocídio israelense, em outubro de 2023.

Israel mantém fechamento quase absoluto das travessias de fronteira de Gaza desde 2 de março, ao impedir acesso de centenas de caminhões e missões assistenciais. Agências das Nações Unidas advertem que Gaza depende de 500 caminhões-dia para suprir demandas básicas, mas recebe usualmente menos que cinquenta.

Israel ignora apelos internacionais por cessar-fogo, ao manter seus bombardeios e cerco contra o enclave há 22 meses, com mais de 56.500 mortos e dois milhões de desabrigados.

O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.

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