“Num mundo onde a Palestina deveria ser uma ferida na consciência de cada um dos seres humanos com sequer um pingo de humanidade, nós fechamos nossos olhos e tapamos nossos ouvidos.”
Em maio de 2023, a escritora sul-africana Zukiswa Wanner foi convidada para participar do PalFest, o Festival de Literatura da Palestina. Vindo de um país com um histórico de apartheid, ela poderia pressentir o que a esperava. Entretanto, suas experiências na Palestina Ocupada foram muito além.
Já que pessoas palestinas nem sempre são autorizadas a viajar pelos checkpoints, o PalFest levou Zukiswa e demais participantes a diferentes partes dos territórios Palestinos (os glorificados bantustões) para promover um envolvimento literário com o público local.
Este é o testemunho de Zukiswa sobre o colonialismo contemporâneo dos assentamentos, o genocídio e um mundo condenado por se negar a escutar as reinvidicações para que uma Palestina livre, do rio ao mar, seja uma realidade de vida concreta.
A autora
Zukiswa Wanner é escritora e editora. Nasceu em Lusaka, Zâmbia, filha de um sul-africano exilado e de uma zimbabweana. Cresceu no Zimbabwe e formou-se em jornalismo pela Hawai’i Pacific University. Em 2020, fundou e fez a curadoria de Afrolit Sans Frontieres, primeiro festival virtual, realizado em inglês, português e francês que reuniu em cinco temporadas escritores da África e da diáspora. Pela editora Periferias, Zukiswa publicou Relatos da vida palestina sob estado de apartheid, em português, espanhol e francês. Zukiswa foi editora convidada na revista Periferias nas edições Periferias 6: Raça, racismo, território e instituições (2021), e Periferias 8: litafrika – Encontros artísticos (2023). Teve o conto Não é de au revoir e trecho de Men of the South [Homens do Sul] publicados nas edições impressas da Periferias Encruzilhadas do futuro (2022) e na edição bilíngue Justiça e direitos nas migrações Sul-Sul (2023). Pela Imã editorial, publicou Madames (2025).