Sheikh Ekrima Sa’id Sabri, grão-mufti de Jerusalém e pregador na Mesquita de Al-Aqsa, alertou nesta terça-feira (17) que autoridades da ocupação israelense buscam explorar a guerra com o Irã e o genocídio em Gaza para ampliar seu controle sobre o santuário, bem como instituir novas restrições, em “ataque flagrante” ao direito de culto.
Segundo Sabri, o Estado supremacista tem como intuito “impor sua soberania sobre a mesquita sagrada”, ao adotar uma política para expulsar fiéis das instalações.
Desde a deflagração do genocídio em Gaza — há 620 dias, com mais de 54 mil mortos — colonos israelenses intensificaram suas incursões ilegais a Al-Aqsa, à medida que as autoridades ampliaram restrições ao Departamento de Recursos Islâmicos (Waqf), de modo a minar a tutela jordaniana sobre a mesquita.
“A Cidade Santa está sitiada”, alertou Sabri. “A Mesquita de Al-Aqsa segue submetida a um cerco violento desde a eclosão da agressão a Gaza”.
Para Sabri, o objetivo é alterar o status quo de Al-Aqsa e Jerusalém ocupada, adotados desde 1967, ao impor supremacia judaica na cidade em detrimento de seus santuários islâmicos e cristãos — Patrimônios da Humanidade.
Sabri caracterizou as práticas como “perigosas”, em violação da santidade de Al-Aqsa e provocação aos sentimentos de milhões de muçulmanos no mundo.
Sabri advertiu ainda que grupos supremacistas estão preparando marchas de incitação à Cidade Velha de Jerusalém e Al-Aqsa, sob pretexto de feriados judaicos.
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