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Israel usa guerra para ampliar controle sobre Al-Aqsa, alerta mufti de Jerusalém

18 de junho de 2025, às 12h14

Sheikh Ekrima Sa’id Sabri, mufti da Mesquita de Al-Aqsa, deixa uma delegacia israelense após interrogatório, em Jerusalém ocupada, 2 de janeiro de 2023 [Saeed Qaq/NurPhoto via Getty Images]

Sheikh Ekrima Sa’id Sabri, grão-mufti de Jerusalém e pregador na Mesquita de Al-Aqsa, alertou nesta terça-feira (17) que autoridades da ocupação israelense buscam explorar a guerra com o Irã e o genocídio em Gaza para ampliar seu controle sobre o santuário, bem como instituir novas restrições, em “ataque flagrante” ao direito de culto.

Segundo Sabri, o Estado supremacista tem como intuito “impor sua soberania sobre a mesquita sagrada”, ao adotar uma política para expulsar fiéis das instalações. 

Desde a deflagração do genocídio em Gaza — há 620 dias, com mais de 54 mil mortos — colonos israelenses intensificaram suas incursões ilegais a Al-Aqsa, à medida que as autoridades ampliaram restrições ao Departamento de Recursos Islâmicos (Waqf), de modo a minar a tutela jordaniana sobre a mesquita.

“A Cidade Santa está sitiada”, alertou Sabri. “A Mesquita de Al-Aqsa segue submetida a um cerco violento desde a eclosão da agressão a Gaza”.

Para Sabri, o objetivo é alterar o status quo de Al-Aqsa e Jerusalém ocupada, adotados desde 1967, ao impor supremacia judaica na cidade em detrimento de seus santuários islâmicos e cristãos — Patrimônios da Humanidade.

Sabri caracterizou as práticas como “perigosas”, em violação da santidade de Al-Aqsa e provocação aos sentimentos de milhões de muçulmanos no mundo.

Sabri advertiu ainda que grupos supremacistas estão preparando marchas de incitação à Cidade Velha de Jerusalém e Al-Aqsa, sob pretexto de feriados judaicos.

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