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Espanha suspende contrato de mísseis com Israel e ativa planos para cortar laços com a defesa

3 de junho de 2025, às 16h07

Ministra da Defesa espanhola, Margarita Robles, em Bruxelas, Bélgica, em 11 de abril de 2025. [Dursun Aydemir/Agência Anadolu]

O Ministério da Defesa da Espanha ordenou hoje a suspensão de uma licença de fabricação de mísseis israelenses, cancelando efetivamente um contrato de € 285 milhões (US$ 310 milhões) para o fornecimento de 168 sistemas antitanque Spike LR2 destinados ao Exército e ao Corpo de Fuzileiros Navais espanhois.

A decisão, confirmada por fontes do Ministério da Defesa à agência de notícias espanhola EFE, faz parte de um esforço mais amplo de Madri para “reduzir a zero” sua dependência tecnológica de Israel em relação às suas operações militares em Gaza.

O gabinete da Ministra da Defesa espanhola, Margarita Robles, também revogou o contrato inicialmente concedido em outubro de 2023 à Pap Tecnos, a subsidiária espanhola da israelense Rafael Advanced Defence Systems.

A compra incluiu 168 unidades de lançamento, 1.680 mísseis Spike LR2 e suporte logístico completo. O sistema alternativo em consideração é o Javelin FGM-148F, de fabricação americana, desenvolvido pela Raytheon e Lockheed Martin.

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Embora o ministério tenha justificado o contrato anteriormente devido à “obsolescência” dos atuais sistemas de mísseis espanhois e à capacidade técnica da Rafael como única fornecedora qualificada, agora mudou de posição. O míssil Spike LR2, elogiado como um dos melhores do mundo para destruir tanques, teria sido usado por Israel em sua ofensiva em Gaza, gerando polêmica.

A medida mais recente ocorre apenas seis semanas após o primeiro-ministro Pedro Sanchez ter ordenado ao Ministério do Interior que cancelasse unilateralmente um acordo separado para mais de 15 milhões de projéteis de fabricação israelense.

Na semana passada, o Secretário de Estado da Defesa, Amparo Valcarce, afirmou que a Espanha estava desenvolvendo “planos de desconexão” para garantir que não haveria dependência futura de tecnologia israelense.

Enfatizando que não havia vendas ativas de armas para Israel, Valcarce reconheceu que alguns programas em andamento ainda dependiam de empresas israelenses, o que motivou estratégias de saída.

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