O Ministro das Relações Exteriores da Espanha insistiu no domingo que a solução de dois Estados é a única alternativa ao conflito entre Israel e Palestina e está pressionando por medidas concretas para promovê-la em uma reunião internacional em Madri, relata a Anadolu.
“Qual é a alternativa? Matar todos os palestinos? Mandá-los, não sei para onde — para a Lua?”, disse José Manuel Albares em um discurso antes da reunião.
Madri receberá um grupo de 20 países — representantes estrangeiros de nações europeias, países muçulmanos e do Brasil —, bem como organizações internacionais, para discutir o fim da guerra, o cerco israelense a Gaza e o avanço em direção a uma solução de dois Estados.
“Gaza é uma ferida aberta para a humanidade… Não há palavras para descrever o que está acontecendo em Gaza — mas só porque não há palavras não significa que permaneceremos em silêncio”, disse Albares.
O número de países no chamado Grupo Madri Mais dobrou, disse Albares, com países como Alemanha, Itália, França e Portugal, que não compareceram à primeira reunião, comparecendo no domingo.
“Há muita força diplomática aqui hoje”, disse Albares. “Somos governos diferentes se unindo, mas todos acreditamos nos mesmos princípios e não nos resignamos a aceitar a violência como a forma natural de relacionamento entre israelenses e palestinos.”
Ele afirmou que “o tempo está se esgotando” para uma solução de dois Estados, mas a reunião de Madri visa esclarecer “medidas concretas” para reverter a situação em benefício tanto dos palestinos quanto dos israelenses.
Albares afirmou que a Espanha pressionará por medidas para pôr fim à guerra, incluindo a suspensão do acordo comercial UE-Israel, um embargo de armas em toda a UE contra Israel, sanções a mais indivíduos ligados ao conflito e “tornando a solução de dois Estados impossível”.
A Espanha proporá que a próxima reunião da ONU, em 16 de junho, seja usada como um “grande movimento pelo reconhecimento de um Estado palestino”, acrescentou.
“Então, cerca de um ano depois, poderemos realizar outra reunião internacional com a Palestina como um Estado pleno, com plenos direitos dentro da ONU”, disse ele.