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Irlanda prepara lei para suspender o comércio com empresas israelenses sediadas em territórios palestinos ocupados

26 de maio de 2025, às 11h40

O ministro das Relações Exteriores da Irlanda, Simon Harris, discursa durante o congresso do Partido Popular Europeu (PPE) em Valência, em 30 de abril de 2025. [Jose Jordan/AFP via Getty Images]

Simon Harris, ministro das Relações Exteriores, Comércio e Defesa da Irlanda, anunciou no sábado que o país avançará com a legislação que suspende o comércio com empresas israelenses sediadas nos territórios palestinos ocupados, segundo a Anadolu.

Em uma publicação no X, Harris disse que o governo irlandês buscará uma decisão formal sobre a legislação na terça-feira e espera que a Comissão de Relações Exteriores comece a analisar o projeto de lei em junho.

Harris condenou a fome de crianças e o uso de alimentos como arma de guerra em meio ao bloqueio israelense, que impediu a entrada de milhares de caminhões de ajuda humanitária, incluindo aqueles financiados pela Irish Aid para mais de 6.000 palestinos, em Gaza por mais de 80 dias.

“O mundo precisa agir e não fez o suficiente”, disse Harris, pedindo esforços internacionais mais intensos para garantir um cessar-fogo, libertar reféns e fornecer acesso à ajuda humanitária.

Harris saudou a recente decisão da União Europeia de revisar o Acordo de Associação UE-Israel, uma medida fortemente apoiada pela Irlanda.

No entanto, ele argumentou que a revisão por si só é insuficiente. “Na minha opinião, na opinião da Irlanda, precisa ser mais do que uma revisão. Precisa ser suspensa porque não podemos continuar como sempre enquanto isso estiver sendo feito em Gaza”, acrescentou.

Projeto de Lei dos Territórios Ocupados

O Projeto de Lei dos Territórios Ocupados, apresentado em 2018 pela senadora independente Frances Black, busca proibir a importação de bens e serviços de áreas consideradas violadoras do direito internacional, com foco específico nos assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada.

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