O líder da oposição britânica, Kemi Badenoch, afirmou que Israel está travando uma “guerra por procuração em nome do Reino Unido” em Gaza, traçando paralelos entre o conflito e a guerra da Ucrânia contra a Rússia, relata a Anadolu.
Em entrevista a Trevor Phillips, da Sky News, no domingo, Badenoch fez a polêmica declaração ao defender os ataques genocidas de Israel em Gaza.
Os comentários ocorrem em meio a crescentes críticas internacionais às ações de Israel e a uma forte repercussão diplomática.
Badenoch respondeu a uma declaração conjunta desta semana da França, Reino Unido e Canadá, que pediu a Israel que interrompesse o sofrimento humano “intolerável” em Gaza. O trio alertou que, a menos que medidas sejam tomadas, “ações concretas adicionais” serão implementadas em resposta.
Após a declaração, o governo do Reino Unido suspendeu as negociações de livre comércio com Israel na terça-feira.
Quando questionada se acreditava que a linguagem de Netanyahu era justificada, Badenoch respondeu: “Não estou aqui para policiar a linguagem do primeiro-ministro de Israel. Quem financia o Hamas? O Irã, um inimigo deste país. Israel está travando uma guerra por procuração em nome do Reino Unido, assim como a Ucrânia está travando uma guerra por procuração em nome da Europa Ocidental contra a Rússia. Temos que levar a sério!”
Phillips a pressionou sobre se ela estava equiparando os ataques israelenses a Gaza à defesa da Ucrânia contra a Rússia.
“Israel está travando uma guerra. Não cabe a mim policiar exatamente como eles estão fazendo isso”, disse Badenoch. “Não é um genocídio, como as pessoas estão dizendo.”
Phillips a desafiou novamente, sugerindo: “Esta manhã, não parece que você esteja criticando nada que os israelenses façam.”
“Isso não é verdade”, respondeu ela. “Já critiquei algumas coisas antes, mas neste momento há 58 reféns que não foram devolvidos para casa.”
Israel mantém as travessias de Gaza fechadas para alimentos, assistência médica e humanitária desde 2 de março, aprofundando uma crise humanitária já grave no enclave, de acordo com relatórios do governo, de direitos humanos e internacionais.
Rejeitando os apelos internacionais por um cessar-fogo, o exército israelense realiza uma ofensiva brutal contra Gaza desde outubro de 2023, matando mais de 53.900 palestinos, a maioria mulheres e crianças.
LEIA: “Deixem-nos entrar”: Jornalistas renomados criticam o apagão da mídia israelense em Gaza