Um porta-voz da ONU expressou na sexta-feira preocupação com a situação “extremamente volátil” na Faixa de Gaza, enquanto as operações de Israel continuam, relata a Anadolu.
A intensificação das operações das forças israelenses ocorre após várias ordens de deslocamento terem sido emitidas para áreas no norte de Gaza, Deir al Balah e províncias de Khan Younis nos últimos três dias.
“A situação continua extremamente volátil e imprevisível”, disse Stephanie Tremblay em uma coletiva de imprensa.
No norte de Gaza, Tremblay afirmou que cerca de 17.000 pessoas foram deslocadas de Jabalya e Beit Lahiya desde a tarde de quinta-feira.
Pelo menos 250 pessoas teriam sido mortas nas últimas 36 horas, disse ela, citando o Ministério da Saúde de Gaza.
“As hostilidades em curso também estão colocando os hospitais no norte de Gaza — e os pacientes e funcionários — em risco”, disse Tremblay.
A ONU e seus parceiros continuam a mobilizar assistência, apesar dos “enormes” desafios, disse ela, acrescentando que 18 cozinhas que haviam sido fechadas conseguiram reabrir.
“A comunidade humanitária continua a pedir o levantamento do bloqueio total a Gaza para permitir a entrada de suprimentos desesperadamente necessários, bem como a proteção de civis e o restabelecimento imediato do cessar-fogo”, acrescentou.
“Matanças sem sentido” na Cisjordânia ocupada
Desde 2 de março, Israel mantém as travessias de Gaza fechadas para alimentos, assistência médica e ajuda humanitária, aprofundando uma crise humanitária já agravada no enclave.
Voltando-se para a Cisjordânia ocupada, Tremblay disse que o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) relata que o “vandalismo” de colonos continua na Cisjordânia, danificando infraestruturas “críticas” e interrompendo os meios de subsistência das comunidades afetadas.
O Escritório de Direitos Humanos da ONU no território palestino ocupado pediu o fim das “matanças sem sentido” na Cisjordânia ocupada, disse ela.
“Israel deve pôr fim a todas as execuções extrajudiciais e outros usos ilegais da força na Cisjordânia ocupada”, acrescentou.