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Dia da Liberdade de Imprensa: ONU reitera dolo de mortes de jornalistas em Gaza

3 de maio de 2025, às 14h08

Jornalistas cobrem genocídio israelense na Cidade de Gaza, no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, em 3 de maio de 2025 [Anas Zeyad Fteha/Agência Anadolu]

Oficiais da Organização das Nações Unidas (ONU) corroboraram seu ponto de vista de que as mortes de jornalistas em Gaza, sob ataques de Israel, são deliberadas, ao tornar o enclave um dos lugares mais letais para o trabalho de imprensa.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

O mais recente alerta foi enunciado por Ajith Sunghay, oficial do Alto-Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, durante coletiva de imprensa realizada neste sábado, 3 de maio, data que marca o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.

Ao enfatizar o mérito do trabalho jornalístico em Gaza, na Cisjordânia e no restante dos territórios palestinos ocupados, Sunghay notou que “mais de 210 jornalistas palestinos foram mortos desde outubro de 2023, conforme dados do sindicato da categoria”.

“Em muitos casos”, acrescentou, “há razões para crer que os assassinatos de jornalistas foram intencionais — isto é, crime de guerra que deve ser investigado em detalhes, em todos os 210 casos ou mais, para que os perpetrados sejam levados à justiça”.

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Sunghay reconheceu, no entanto, a impunidade: “Não é o que estamos vivenciando”.

O oficial destacou ainda responsabilidade de países terceiros sobre a crise em Gaza, ao ressaltar deveres junto à Convenção de Genebra para garantir um cessar-fogo e, deste modo, proteger civis e categorias protegidas, como o caso dos jornalistas.

O exército de Israel retomou ataques intensivos contra Gaza em 18 de março, ao deixar 2.396 mortos e 6.325 feridos desde então, após revogar unilateralmente um acordo de cessar-fogo e troca de prisioneiros.

Em Gaza, são mais de 52.400 mortos e dois milhões de desabrigados desde outubro de 2023 — na maioria, mulheres e crianças.

Em novembro de 2024, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade cometidos em Gaza.

O Estado de Israel é ainda é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) — corte-irmã do TPI; ambas em Haia —, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.

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