O Ministério das Relações Exteriores em Paris acusou a Embaixada de Israel de comportamento “inaceitável” na terça-feira, após proibir dois grupos franceses, incluindo autoridades eleitas, de visitar o estado de ocupação, e alegar que os grupos estavam ligados a uma organização terrorista, informou a Reuters.
A Embaixada de Israel afirmou na segunda-feira que não permitiria a entrada no país de nenhum indivíduo ou delegação associada à Rede de Cooperação Descentralizada para a Palestina ou à Associação de Solidariedade França-Palestina (AFPS), por estarem ligadas à Frente Popular para a Libertação da Palestina. A FPLP é classificada como um “grupo terrorista” pelos Estados Unidos e pela União Europeia.
Não foi possível contatar imediatamente as delegações e associações afetadas para obter comentários.
O ministério afirmou que a decisão de Israel de revogar as autorizações de viagem das duas delegações foi lamentável, contraproducente e prejudicial às relações franco-israelenses.
“As acusações públicas da Embaixada de Israel na França, alegando ligações entre essas associações e organizações terroristas, são inaceitáveis”, afirmou o ministério. O ministério apelou a Israel para que revertesse sua decisão.
As relações franco-israelenses têm se complicado nos últimos meses devido à guerra em Gaza e ao crescente desconforto em Paris com a forma como Israel lidou com o que a Corte Internacional de Justiça descreveu como “genocídio plausível”.
No início deste mês, o presidente Emmanuel Macron sugeriu que Paris poderia reconhecer um Estado palestino ainda este ano, dependendo de uma série de condições, provocando a ira de autoridades israelenses.
“Israel está agindo dentro de seu direito, sob a legislação local e internacional, de impedir a entrada em seu território de delegações compostas por organizações que buscam deslegitimar sua existência e minar sua segurança”, afirmou a Embaixada de Israel. “Incentivamos qualquer membro da delegação que deseje viajar a Israel a entrar em contato com a embaixada para marcar uma visita que não será administrada por uma organização que apoie o terrorismo.”
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