O Líbano colocará todas as armas sob controle estatal, mas aguardará as “condições adequadas” para determinar como executá-las, disse o presidente, Joseph Aoun, no domingo (20), segundo a Agência Anadolu.
“O povo libanês não quer a guerra e, portanto, as Forças Armadas são o único órgão responsável pela soberania e independência do Líbano”, disse ele após um encontro com o cardeal patriarca Maronita Bechara Boutros Al-Rai.
Ele afirmou que o Estado lidará com a questão das armas do Hezbollah “com visão e responsabilidade”.
“Isso é essencial para preservar a paz civil e assumirei a responsabilidade por isso em cooperação com o governo”, acrescentou.
“Colocaremos as armas sob controle estatal, mas estamos aguardando as condições adequadas para determinar como isso será feito”, disse Aoun.
O Hezbollah não comentou imediatamente as declarações de Aoun.
Aoun prometeu, em entrevista anterior ao jornal árabe Al-Araby Al-Jadeed, sediado em Londres, colocar todas as armas sob controle estatal em 2025.
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Ele afirmou que os membros do Hezbollah poderiam se juntar ao exército libanês e “passar por treinamento de integração”.
Em 2006, o Conselho de Segurança da ONU adotou a Resolução 1701 para cessar as hostilidades entre o Hezbollah e Israel, estabelecendo uma zona-tampão no sul do Líbano e solicitando a implementação do Acordo de Taif e outras resoluções internacionais, que exigem o desarmamento de todos os grupos armados no Líbano.
A pressão internacional sobre o Líbano para desarmar o Hezbollah tem aumentado desde o acordo de cessar-fogo de novembro, que pôs fim a mais de um ano de confrontos transfronteiriços com Israel.
As autoridades libanesas relataram mais de 2.763 violações israelenses da trégua, incluindo a morte de pelo menos 193 vítimas e ferimentos em outras 485.
Segundo o acordo de cessar-fogo, Israel deveria se retirar totalmente do sul do Líbano até 26 de janeiro, mas o prazo foi prorrogado para 18 de fevereiro após Israel se recusar a cumprir. Israel ainda mantém presença militar em cinco postos de fronteira.
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