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Trump percebe que Israel está aumentando ‘ilogicamente’ as exigências nas negociações de cessar-fogo em Gaza, diz autoridade egípcia

16 de abril de 2025, às 10h06

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (esq.), se encontra com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu (dir.), na Casa Branca, em Washington DC, Estados Unidos, em 7 de abril de 2025 [Avi Ohayon (GPO)/Divulgação/Agência Anadolu]

O presidente dos EUA, Donald Trump, reconhece que Israel está aumentando “ilogicamente” suas exigências nas negociações de cessar-fogo em Gaza com o Hamas, afirmou uma autoridade egípcia.

“Os mediadores estão cientes desses aspectos. Estamos agora nos estágios iniciais, e Trump sabe que as negociações são difíceis e que o lado israelense está elevando suas exigências a um ponto que pode parecer ilógico”, disse Diaa Rashwan, chefe do Serviço de Informação do Estado egípcio (SIS), ao canal de notícias Al-Qahera na noite de segunda-feira (14). Ele acrescentou que Trump deu ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, oportunidades suficientes para libertar os reféns mantidos em Gaza.

“Agora o tempo está quase acabando”, acrescentou. “Não acho que o presidente Trump tenha muita paciência para chegar a uma região [no mês que vem] onde uma guerra está em curso.”

Na segunda-feira, a mídia egípcia noticiou que o Egito enviou uma proposta israelense ao Hamas para um cessar-fogo temporário na Faixa de Gaza e o início das negociações para garantir uma trégua permanente.

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“Acredito que a resposta [do Hamas] à proposta israelense será rápida”, disse Rashwan. “Haverá medidas que os mediadores poderão tomar, e seus esforços não cessaram.”

O Hamas confirmou repetidamente que está aberto a propostas que garantam um cessar-fogo permanente, a retirada total de Israel de Gaza e um acordo sério para a troca de prisioneiros. Afirma-se que o grupo esteja estudando a mais recente proposta israelense.

Israel estima que 59 reféns permaneçam em Gaza, 24 dos quais ainda vivos, enquanto mais de 9.500 palestinos estão detidos em prisões israelenses, enfrentando tortura, fome e negligência médica, o que levou a inúmeras mortes, de acordo com relatos da mídia e dos direitos humanos palestinos e israelenses.

A mídia israelense noticiou o progresso em direção a um possível acordo com o Hamas, apoiado por garantias dos EUA, mas negociações anteriores para a troca de prisioneiros foram frequentemente paralisadas devido à recusa do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em encerrar a guerra destrutiva de Israel contra os palestinos em Gaza.

O Egito, juntamente com o Catar e os EUA, intermediou um acordo de cessar-fogo em fases entre Israel e o Hamas em janeiro, que Israel posteriormente violou ao retomar unilateralmente a guerra em 18 de março.

Netanyahu abandonou a segunda fase do acordo sob pressão da facção de extrema direita de seu governo, segundo relatos da mídia israelense.

Pelo menos 51.000 palestinos, a maioria mulheres e crianças, foram mortos em Gaza em um ataque israelense brutal desde outubro de 2023.

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