A Suíça lançou um inquérito penal a “suspeito israelense de crime de guerra”, reportou em comunicado a Fundação Hind Rajab (HRF), nesta quarta-feira (5).
“Nossa denúncia apresentou evidências extensas que implicam o indivíduo em questão em crimes de guerra e contra a humanidade, entre os quais, ataques a civis, destruição de casas e hospitais, deslocamento forçado e outras violações gravíssimas da lei internacional, cometidas em Gaza”, declarou a organização sediada em Bruxelas.
Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), sediado em Haia, emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade em Gaza.
A medida abriu precedente para investigações internacionais sobre soldados e oficiais israelenses. Desde então, a organização — batizada em homenagem a uma vítima do genocídio em Gaza, de apenas seis anos — registrou dezenas de denúncias em vários países.
LEIA: Após fugir do Brasil, soldado israelense enfrenta processo na Argentina
Para a HRF, a “justiça não deve parar nas lideranças políticas e militares de alto escalão, mas incluir indivíduos que realizaram as atrocidades em campo”, durante a “campanha de genocídio” em Gaza, como denunciado por organizações de direitos humanos como Anistia Internacional e Human Rights Watch.
“A guerra de Israel em Gaza abrange o assassinato sistemático de civis, destruição em massa e ataque deliberado a infraestrutura vital”, reafirmou a HRF. “Crimes de guerra não são cometidos apenas em nível político, mas também conduzidos por indivíduos que puxam o gatilho, lançam bombas e instituem políticas desumanas contra os civis inocentes”.
Segundo a declaração, oficiais e militares israelenses têm desfrutado de imunidade política e diplomática apesar de suas ações, muito embora o princípio de jurisdição universal permita seu indiciamento onde quer que estejam.
“A era da impunidade acabou”, acrescentou a fundação. “E não haverá mais refúgio àqueles que cometeram crimes de guerra, sejam oficiais de alto escalão ou aqueles indivíduos que receberam as ordens”.
A HRF saudou o inquérito suíço, ao reiterar que a medida “emite uma mensagem clara de que não pode haver imunidade para criminosos de guerra, independentemente de sua patente ou nacionalidade”.
LEIA: Advogados do Chile pedem prisão de soldado israelense por crimes em Gaza
A fundação, contudo, notou não conceder maiores detalhes sobre o caso no estágio atual para “preservar a integridade dos procedimentos legais”, mas prometeu seguir com os esforços internacionais por justiça aos palestinos de Gaza.