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Retorno ao norte de Gaza supera 560 mil pessoas em uma semana, reporta ONU

5 de fevereiro de 2025, às 10h18

Palestinos retornam à Cidade de Gaza sob acordo de cessar-fogo, em 2 de fevereiro de 2025 [Ali Jadallah/Agência Anadolu]

A Organização das Nações Unidas (ONU) informou nesta terça-feira (4) que “mais de 565 mil pessoas cruzaram do sul ao norte de Gaza desde 27 de janeiro” — isto é, em uma semana —, segundo informações da agência Anadolu.

Ao apresentar dados do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), Stephane Dujarric, porta-voz das Nações Unidas, relatou em coletiva de imprensa que mais de 45 mil pessoas fizeram a rota inversa — do norte ao sul.

Conforme Dujarric, a ONU e seus parceiros em campo “estão trabalhando para mitigar o impacto da devastação generalizada da infraestrutura de água, saúde e saneamento, que tomou conta da Faixa de Gaza”.

Questionado sobre as promessas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de deferir decretos executivos para se retirar do Conselho de Direitos Humanos da ONU e bloquear o envio de recursos à Agência para a Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), Dujarric admitiu apreensão.

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“Obviamente estamos vendo o que vem sendo assinado”, declarou Dujarric. “Os Estados Unidos devem tomar sua própria decisão. Isso não muda nossa posição, porém, sobre a importância do Conselho de Direitos Humanos”.

Sobre a UNRWA, Dujarric reiterou “compromisso em apoio à agência e seu trabalho, ao fornecer serviços críticos aos palestinos, conforme seu mandato”.

Em 2024, o presidente democrata Joe Biden suspendeu suas doações a UNRWA após Israel acusar sem provas 12 dos milhares de funcionários da agência de participarem das ações transfronteiriças do Hamas, em outubro de 2023. A medida foi rescindida posteriormente.

Trump, em seu primeiro mandato, também tentou rematar o financiamento à agência, que provê serviços a milhões de refugiados palestinos não somente em Gaza, como na Cisjordânia, Jerusalém Oriental e países vizinhos.

Israel manteve ataques indiscriminados a Gaza entre 7 de outubro de 2023 e 19 de janeiro de 2025, quando entrou em vigor o cessar-fogo em curso. Neste entremeio, cerca de 47 mil palestinos foram mortos e dois milhões, desabrigados.

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