clear

Criando novas perspectivas desde 2019

Irã reserva o direito de responder a ataque a embaixador no Líbano

19 de setembro de 2024, às 12h31

Embaixador do Irã nas Nações Unidas, Amir Saeid Iravani, durante sessão de emergência do Conselho de Segurança em Nova York, Estados Unidos, 14 de abril de 2024 [David Dee Delgado/Getty Images]

O Irã reserva para si o direito de responder, conforme a lei internacional, a um ataque que feriu seu embaixador no Líbano, Mojtaba Amani, advertiu Amir Saeid Iravani, emissário do país nas Nações Unidas, nesta quarta-feira (18).

Em carta submetida ao secretário-geral da ONU, António Guterres, Iravani condenou “nos termos mais contundentes” o que descreveu como “sabotagem e terrorismo” conduzidos pelo “regime descontrolado de Israel”, em referência à explosão de aparelhos móveis, ou pagers, no Líbano, matando dezenas e ferindo milhares.

Tais ações violam a lei internacional, incluindo a Carta das Nações Unidas e convenções para proteção aos diplomatas, assim como ameaçam a paz e a estabilidade não apenas na região como em âmbito global, reiterou Iravani.

A carta destacou também que países ocidentais, sobretudo os Estados Unidos, carregam responsabilidade pelas atividades criminosas de Israel ao manter seu apoio e proteção ao Estado de apartheid.

LEIA: Conselho de Segurança chama sessão urgente sobre explosão de pagers no Líbano

Tais “ataques terroristas covardes e cruéis” ocorreram em flagrante violação da soberania e integridade territorial libanesa, reafirmou a missão.

Iravani instou o Secretariado-Geral e o Conselho de Segurança a condenarem os ataques terroristas de Israel, ao assumir as medidas necessárias para impedir reincidência e punir e sancionar os responsáveis.

“O Conselho de Segurança deve também condenar veementemente Israel por suas ações malevolentes na região e tomar medidas decisivas para persuadir este regime terrorista a cessar seus atos de agressão no Líbano, na Síria e na Palestina e dar fim à guerra genocida contra o povo palestino”, enfatizou.

Na quarta-feira, uma nova onda de explosões atingiu walkie-talkies e matou ao menos 14 e feriu 450 pessoas, em áreas distintas do Líbano.

As detonações simultâneas foram confirmadas pelo Ministério da Saúde libanês.

No dia anterior, explosões similares atingiram pagers, deixando ao menos 12 fatalidades e 2.800 feridos, incluindo 300 em estado grave.

LEIA: Explosão de pagers atribuída a Israel implica Hungria e Taiwan

Israel não assumiu responsabilidade pelos atentados até o momento, mas o governo em Beirute e o grupo Hezbollah — ligado a Teerã — indicaram culpa à agência de espionagem Mossad, corroborados por declarações da mídia e de lideranças coloniais sionistas.

O Hezbollah advertiu para “severa retaliação”.

Israel mantém troca de disparos com o Hezbollah na região de fronteira desde outubro de 2023, quando deflagrou seu genocídio em Gaza, com 41 mil mortos e 95 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados.

O exército israelense já havia realizado ataques a Beirute e Teerã, além de disparos a Síria e Iêmen, incitando apreensões de propagação da guerra. Há receios de que o exército da ocupação repita suas violações em Gaza em solo libanês.