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Japão deve retomar o financiamento da UNRWA

Vista da destruição da sede da UNRWA, que fornece ajuda a milhões de palestinos e trabalha para as Nações Unidas, alvo de Israel na Cidade de Gaza, Gaza, em 11 de fevereiro de 2024 [Karam Hassan/Agência Anadolu]
Vista da destruição da sede da UNRWA, que fornece ajuda a milhões de palestinos e trabalha para as Nações Unidas, alvo de Israel na Cidade de Gaza, Gaza, em 11 de fevereiro de 2024 [Karam Hassan/Agência Anadolu]

O Japão está pronto para retomar o financiamento da agência da ONU para refugiados na Palestina, UNRWA, informou a Agência Anadolu.

A ministra das Relações Exteriores, Kamikawa Yoko, reuniu-se com o chefe da agência, Philippe Lazzarini, em Tóquio, na quinta-feira, para discutir o trabalho da instituição na esteira do ataque contínuo de Israel ao enclave costeiro sitiado de Gaza.

O Ministério das Relações Exteriores do Japão disse, em um comunicado, que a UNRWA estabelecerá uma “nova estrutura” com Tóquio sobre gerenciamento e monitoramento de projetos para garantir a transparência e a rastreabilidade dos projetos, com a participação ativa da equipe japonesa da agência.

Yoko apreciou o plano de ação da UNRWA para o futuro e os esforços bilaterais adicionais com o Japão, de acordo com suas prioridades.

“O Japão e a UNRWA confirmaram que avançarão na coordenação final sobre os esforços necessários para retomar a contribuição do Japão”, disse a declaração, enquanto Yoko disse que medidas efetivas deveriam ser tomadas pela agência “para garantir que nossa assistência não seja usada para quaisquer atividades terroristas”.

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No início deste ano, em janeiro, o Japão se juntou a pelo menos 11 de seus aliados ocidentais, incluindo os EUA e o Reino Unido, para suspender o financiamento à agência da ONU na esteira das alegações de Tel Aviv contra a UNRWA.

Entretanto, a Austrália, o Canadá, a Suécia e a Islândia retomaram o financiamento.

Desde então, mais de 32.500 palestinos foram mortos e mais de 74.900 ficaram feridos em meio à destruição em massa e à escassez de produtos de primeira necessidade.

O exército israelense também impôs um bloqueio à Faixa de Gaza, deixando a maioria da população, principalmente os residentes do norte, à beira da fome.

A guerra israelense levou 85% da população de Gaza ao deslocamento interno em meio à escassez aguda de alimentos, água potável e medicamentos, enquanto 60% da infraestrutura do enclave foi danificada ou destruída, de acordo com a ONU.

Israel é acusado de genocídio pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), que, em uma decisão provisória em janeiro, ordenou que Tel Aviv parasse com os atos genocidas e tomasse medidas para garantir que a assistência humanitária fosse fornecida aos civis em Gaza.

Em seu veredito de quinta-feira (28), indicando medidas adicionais, o tribunal superior ordenou que Israel garantisse o “fornecimento sem obstáculos” de ajuda urgente a Gaza. O TIJ afirmou: “Os palestinos em Gaza não estão mais enfrentando apenas o risco de fome […], a fome está se instalando”.

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