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Canadá anuncia suspensão da venda de armas a Israel

Ministra de Relações Exteriores do Canadá, Melanie Joly, durante reunião extraordinária do Conselho de Relações Exteriores da União Europeia, em Bruxelas, na Bélgica, 4 de março de 2022 [Dursun Aydemir/Agência Anadolu]
Ministra de Relações Exteriores do Canadá, Melanie Joly, durante reunião extraordinária do Conselho de Relações Exteriores da União Europeia, em Bruxelas, na Bélgica, 4 de março de 2022 [Dursun Aydemir/Agência Anadolu]

A ministra de Relações Exteriores do Canadá, Melanie Joly, anunciou nesta terça-feira (19) a suspensão das exportações militares a Israel devido à agressão em curso contra Gaza.

“O governo Trudeau cessará as exportações futuras de armamentos a Israel, mesmo que a moção aprovada na segunda-feira (18) pela Câmara dos Comuns, que reivindicou ações como essa, seja não-vinculativa”, declarou Joly.

A decisão segue uma moção parlamentar, introduzida pelo Novo Partido Democrático (NDP), para pressionar o governo do primeiro-ministro Justin Trudeau a suspender as exportações militares ao Estado de Israel.

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A resolução foi aprovada por 204 votos favoráveis a 117 contrários, com apoio do Partido Liberal, do Bloco Québécois e do Partido Verde, como resultado de um acordo após um impasse sobre outra moção — esta pelo reconhecimento de um Estado palestino.

A tramitação incitou receios de divisões dentro do Partido Liberal, de Trudeau, levando à concessão do governo. Trudeau mantém-se no poder por meio de alianças, incluindo apoio do Novo Partido Democrático, tradicional organização de perfil progressista.

O NDP, contudo, expressa há meses seu descontentamento com o fracasso da administração canadense em responder adequadamente à crise em Gaza, a fim de proteger a população civil, em respeito ao direito internacional.

Caso o Canadá ratificasse a proposta original, seria o primeiro membro do G7 a fazê-lo.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, em retaliação a uma ação transfronteiriça do grupo Hamas que capturou colonos e soldados. Segundo o exército israelense, cerca de 1.200 pessoas morreram na ocasião.

No entanto, reportagens investigativas do jornal israelense Haaretz mostraram que parte considerável das fatalidades se deu por “fogo amigo”, sob ordens gravadas de líderes militares de Israel para que suas tropas atirassem em reféns e residências civis.

Em Gaza, são 31.923 palestinos mortos e 74.096 feridos, além de oito mil desaparecidos e dois milhões de pessoas desabrigadas pelas ações de Israel.

Apesar de uma ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, de 26 de janeiro, Israel ainda impõe um cerco militar absoluto a Gaza — sem comida, água, medicamentos, energia elétrica ou combustível.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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