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Na Alemanha, premiê da Malásia critica ‘hipocrisia’ sobre Gaza

Chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, e primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, se reúnem em Berlim, 11 de março de 2024 [Sean Gallup/Getty Images]

O primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, criticou nesta segunda-feira (11) os países ocidentais por sua inação diante das atrocidades cometidas por Israel em Gaza, durante coletiva de imprensa ao lado do chanceler, Olaf Scholz, em Berlim, onde está em visita oficial.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

“Onde deixamos nossa humanidade? Por que tamanha hipocrisia?”, disse Ibrahim.

Questionado se condenava o ataque do Hamas aos colonatos israelenses ao redor de Gaza, em 7 de outubro, alertou Ibrahim: “O que rejeito é essa narrativa obsessiva, como se todo o problema começasse e se encerrasse no dia 7 de outubro. Não começou nem terminou ali, mas sim décadas antes e ainda continua”.

Ibrahim descreveu o viés ocidental sobre a crise como “seletivo” e “incoerente”.

Ibrahim insistiu ainda que as políticas discriminatórias de Israel contra os palestinos, somadas a sucessivas atrocidades ao longo de décadas, são a raiz da crise agora em curso.

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“Rejeitamos o colonialismo, o apartheid, a limpeza étnica, a expropriação de qualquer país, seja na Ucrânia ou em Gaza”, acrescentou Ibrahim. “Não podemos apagar décadas de atrocidades e expropriação, que resultaram em respostas e na indignação das pessoas”.

O premiê malaio observou que, apesar de divergências com Scholz sobre o Oriente Médio, ambos concordam na necessidade de um cessar-fogo imediato em Gaza, assim como de maior fluxo humanitário aos palestinos carentes.

“Concordo com o que disse o chanceler no final, na solução de dois Estados como forma de garantir a paz a ambos os países e em trabalhar em um conceito que assegure que haja desenvolvimento econômico e progresso aos povos”, concluiu Ibrahim.

Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, deixando 31 mil mortos, 72.600 feridos e dois milhões de desabrigados. Dois terços das vítimas são mulheres e crianças.

As ações são retaliação a uma operação do Hamas que cruzou a fronteira e capturou colonos e soldados. Segundo o exército israelense, cerca de 1.200 pessoas morreram na ocasião.

No entanto, reportagens investigativas do jornal israelense Haaretz mostraram que parte considerável das fatalidades se deu por “fogo amigo”, sob ordens gravadas de líderes militares para que suas tropas atirassem em reféns e residências civis.

Apesar de uma ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, de 26 de janeiro, Israel ainda impõe um cerco militar absoluto a Gaza — sem comida, água, medicamentos, energia elétrica ou combustível.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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