Portuguese / English

Middle East Near You

Bélgica intervirá no caso de genocídio da África do Sul contra Israel na principal Corte da ONU

Vista do salão durante as audiências públicas na Corte Internacional de Justiça (CIJ) sobre as consequências legais das ações israelenses no território palestino em 26 de fevereiro de 2024, em Haia, Holanda [Nikos Oikonomou/Agência Anadolu]

A Bélgica anunciou, na segunda-feira (11), que intervirá no caso de genocídio apresentado pela África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ), informou a Agência Anadolu.

De acordo com fontes do Ministério das Relações Exteriores da Bélgica, o país decidiu submeter à Corte sua interpretação do artigo 2 da Convenção sobre Genocídio da ONU de 1948, que define o crime de genocídio.

Observando que a CIJ havia enviado uma carta aos Estados signatários da convenção de 1948, incluindo a Bélgica, a ministra das Relações Exteriores, Hadja Lahbib, disse: “A Bélgica deseja participar desse processo e compartilhar sua interpretação do artigo 2 da Convenção”.

“A questão aqui é que não se trata de tomar partido a favor ou contra uma ou outra parte. Trata-se de fortalecer a universalidade dos acordos internacionais dos quais os Estados são partes”, enfatizou ela.

LEIA: Processo movido pela África do Sul representa uma incrível mudança na ordem global imperial

As fontes observaram que, embora ainda não tenha sido definida uma data ou conteúdo para a intervenção, o processo de intervenção pode levar meses.

O artigo 63 do Estatuto da CIJ dá aos Estados o direito de intervir quando se trata de interpretar as convenções das quais fazem parte, mesmo que não sejam parte da disputa.

Israel é acusado de genocídio na CIJ. Uma decisão provisória em janeiro ordenou que Tel Aviv parasse com os atos genocidas e tomasse medidas para garantir que a assistência humanitária fosse fornecida aos civis em Gaza.

Israel impôs um bloqueio paralisante à Faixa de Gaza desde 7 de outubro, deixando a população, sobretudo os residentes do norte da Faixa de Gaza, à beira da inanição.

De acordo com as autoridades de saúde locais, mais de 31.100 palestinos, a maioria mulheres e crianças, foram mortos na guerra israelense em Gaza, e mais de 72.700 ficaram feridos em meio à destruição em massa e à escassez de produtos de primeira necessidade.

O ataque israelense empurrou 85% da população de Gaza para o deslocamento interno em meio a um bloqueio incapacitante da maioria dos alimentos, água potável e medicamentos, enquanto 60% da infraestrutura do enclave foram danificadas ou destruídas, de acordo com a ONU.

Categorias
BélgicaEuropa & RússiaIsraelNotíciaOrganizações InternacionaisOriente MédioPalestinaTIJ
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments