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Malásia acusa Conselho de Direitos Humanos da ONU de “cumplicidade” na ofensiva de Gaza

Crianças palestinas esperam pela comida com panelas enquanto o povo palestino sobrevive em condições difíceis no Campo de Refugiados de Jabalia, em Gaza, em 26 de fevereiro de 2024 [Dawoud Abo Alkas/ Agência Anadolu].

O vice-ministro das Relações Exteriores da Malásia disse que Israel deve ser responsabilizado pelo derramamento de sangue incessante e pela destruição generalizada na Faixa de Gaza, informou a Agência Nacional de Notícias da Malásia. Datuk Mohamad Alamin fez seus comentários em seu discurso na 55ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra.

“O mínimo que podemos fazer é garantir que o conselho cumpra seu mandato”, disse Alamin. “O silêncio, a inação e o tratamento preferencial por parte deste conselho também implicam em cumplicidade.” Ele descreveu a situação atual em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, como “desastrosa”.

Alamin também observou que ele testemunhou pessoalmente a “devastação humanitária de cortar o coração” no cruzamento da fronteira de Rafah em 23 de fevereiro. “As vítimas mal estão sobrevivendo, no que parece ser um pesadelo sem fim”, disse ele. O funcionário malaio renovou seu apelo por um cessar-fogo imediato e permanente em Gaza e enfatizou a necessidade de responsabilizar Israel pelo derramamento de sangue e pela destruição generalizada no enclave.

“A Malásia estará ao lado dos oprimidos e castigará as atrocidades enquanto defende a paz e o bem-estar de toda a humanidade”, enfatizou o vice-ministro. “A Malásia não cederá até que a justiça seja feita, a impunidade seja abolida e a Palestina assuma seu lugar de direito como um estado membro de pleno direito das Nações Unidas.”

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O Conselho de Direitos Humanos da ONU não emitiu nenhum comentário imediato sobre a declaração da autoridade malaia.

Israel lançou uma ofensiva mortal na Faixa de Gaza após o ataque transfronteiriço do Movimento de Resistência Islâmica Palestina, Hamas, em 7 de outubro, no qual cerca de 1.200 israelenses teriam sido mortos, muitos deles por tanques e helicópteros das forças de ocupação de Israel. O ataque de Israel contra os palestinos em Gaza desde outubro já matou pelo menos 30.000 pessoas e feriu outras 70.000, a maioria delas crianças e mulheres.

A ofensiva israelense deslocou 85% da população de Gaza em meio à escassez aguda de alimentos, água potável e medicamentos. De acordo com a ONU, 60% da infraestrutura civil do enclave foi danificada ou destruída, incluindo hospitais, escolas, locais de culto e residências.

O Estado de ocupação é acusado de genocídio na Corte Internacional de Justiça. Uma decisão provisória em janeiro ordenou que Israel parasse com os atos genocidas e tomasse medidas para garantir que a assistência humanitária fosse fornecida aos civis em Gaza. O país parece ter ignorado amplamente a decisão do tribunal.

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