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Forças israelenses soltam cão de ataque contra menino de quatro anos

Ibrahim Hashash (4) recebe tratamento por traumas internos e externos após forças israelenses soltarem um cão de ataque em sua casa, na Cisjordânia ocupada, na manhã de 4 de fevereiro de 2024 [DCIP]

Soldados israelenses soltaram um cão de ataque contra um menino palestino de apenas quatro anos de idade, no norte da Cisjordânia ocupada, na manhã do domingo passado (4), informou a ong Defesa Internacional da Infância — Palestina (DCIP).

Tropas ocupantes soltaram o animal dentro do apartamento da família Hashash ao conduzirem uma campanha de prisão no campo de refugiados de Balata, perto de Nablus.

O cachorro então atacou Ibrahim Hashash, de apenas quatro anos, após derrubá-lo dos braços da mãe. Segundo os relatos, o animal rasgou as roupas do menino e o mordeu na parte inferior do corpo, deixando-o com sangramento grave.

O ataque prosseguiu por três minutos, quando os soldados israelenses enfim removeram o cão.

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Uma ambulância levou Ibrahim ao Hospital Rafidia em Nablus, onde continua sob cuidados para traumas internos e externos. O menino deve passar por cirurgias plásticas devido à extensão de seus ferimentos.

“Forças israelenses demonstram um desdém cotidiano, quando não desprezo, pela segurança e pela vida das crianças palestinas”, explicou Ayed Abu Eqtaish, diretor do programa de justiça do DCIP. “Em um clima hipermilitarizado, onde a impunidade endêmica é a norma, crianças como Ibrahim são cada vez mais alvejadas”.

“O cão fazia sons assustadores ao morder Ibrahim, jorrava sangue do meu filho e ele chorava e gritava como nunca vi antes”, declarou a mãe.

O uso de cães militares contra civis palestinos, incluindo crianças, por parte das tropas de Israel é prática comum das incursões armadas a cidades e aldeias.

O DCIP documentou quatro casos de crianças palestinas feridas por animais de ataque em 2023: um menino de 13 anos de Tulkarem, uma menina de 14 anos de Jenin e dois irmãos de oito e 12 anos de Tubas.

Israel intensificou sua agressão colonial na Cisjordânia nos últimos quatro meses, em uma nova fase do processo de anexação ilegal de terras e limpeza étnica dos palestinos nativos, sujeitos a pogroms e incursões militares.

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