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Políticos e analistas jordanianos preveem tensões com Israel

Protesto contra o assassinato do vice-líder do Hamas Saleh al-Arouri, por um drone israelense que atingiu a capital libanesa Beirute, em Amã, na Jordânia, em 3 de janeiro de 2024 [Laith al-Jnaidi/Agência Anadolu]

Políticos jordanianos esperam uma escalada de tensões com Israel após o Estado ocupante ter chegado a um “beco sem saída”, segundo informações da agência Quds Press.

Samir al-Hiyari, escritor e analista político, disse ao site de notícias que o governo de Israel está retendo águas adquiridas pela Jordânia, embora omita a medida oficialmente, o que sugere, no entanto, o tamanho da fissura entre ambos os países.

Al-Hiyari reiterou que a posição do reino hachemita sobre a guerra em Gaza é clara e desagrada a Israel, incorrendo em um período de recente escalada na retórica anti-árabe e antijordaniana, em particular.

O analista insistiu ainda que, apesar de ambos os países manterem um acordo de normalização, os posicionamentos do povo e do governo coincidem, ao rechaçar a agressão a Gaza.

Helmy al-Asmar, também escritor e analista político, reafirmou: “O que a ocupação [israelense] está fazendo com a Jordânia corrobora o argumento daqueles que defendem cortar relações. As forças israelenses são de fato um inimigo ávido por nossa terra, que acaba por conspirar contra nós dia e noite”.

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O analista argumentou que o acordo de paz de Wadi Araba foi engavetado e que muitas de suas determinações não foram implementadas, salvo aquelas que beneficiam Israel.

“Hoje, a ocupação ameaça cortar a água da Jordânia, embora sejam recursos jordanianos sob o acordo, vendidos à Jordânia”, acrescentou.

O ex-vice-premiê Marwan Muasher apontou previamente que o retorno do relacionamento das partes para o status anterior à guerra se tornou “impossível”.

Cidades jordanianas vivem protestos de massa há semanas, denunciando os massacres em Gaza e reivindicando do rei Abdullah II que revogue o acordo até um cessar-fogo.

Israel mantém ataques a Gaza desde outubro, com 26.083 mortos e 64.478 feridos, na maioria, mulheres e crianças.

As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.

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