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Professor americano é preso por ameaçar ‘degolar’ menina pró-Palestina

Veículo policial em Colleyville, Texas, nos Estados Unidos, em 15 de janeiro de 2022 [Charles C. Peebles/Agência Anadolu]

Um professor do estado americano da Geórgia foi preso sob diversas acusações do estatuto da infância após ameaçar “degolar” um de seus estudantes da sétima série por este manifestar desconforto com a bandeira de Israel.

Segundo as informações, Benjamin Reese (51), professor de ensino fundamental no Colégio Warner Robins, no condado de Houston, foi detido na sexta-feira passada (8) sob denúncias de maus-tratos contra crianças e ameaças de cunho terrorista.

Reese foi liberado sob fiança no domingo, após apenas dois dias na cadeia.

Oficiais de ensino do condado de Houston divulgaram uma nota para reiterar que Reese não compareceu ao campus desde quinta-feira, um dia antes da prisão.

“Todos os empregados do Distrito Escolar do condado de Houston devem respeitar o Código de Ética para os educadores”, comentou a nota. “Se há violação ou acusação, investigamos e respondemos de maneira adequada. Embora não possamos discutir questões pessoais, reiteramos que o sr. Reese não esteve no Colégio Warner Robins desde 7 de dezembro de 2023. A segurança e o bem-estar de nossos estudantes e funcionários é nossa prioridade número um”.

Uma reportagem da emissora local 13WMAZ revelou que uma estudante disse ao professor estar desconfortável com uma bandeira israelense hasteada em sua sala de aula. Reese respondeu com xingamentos e ameaçou matá-la.

A aluna, junto de duas colegas, perguntou ao professor a razão para exibir a bandeira, diante das enormes baixas civis na Faixa de Gaza sitiada. Reese alegou ser judeu e ter parentes em Israel, ao associar equivocadamente a identidade judaica com os esforços coloniais sionistas.

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A menina então deixou a sala, ao que Reeves reagiu aos gritos ao persegui-la no corredor. Segundo várias testemunhas, incluindo professores, afirmou Reeves: “Eu vou cortar sua cabeça fora, filha da p***”, entre outras declarações de baixo calão.

Apesar da gravidade do incidente, que se soma a casos de assédio e perseguição a estudantes pró-Palestina nos Estados Unidos, o incidente não chegou ao noticiário nacional.

Em outubro, um menino palestino-americano de apenas seis anos de idade foi morto a facadas pelo locatário de seu apartamento, em flagrante crime de ódio.

Em novembro, três universitários foram baleados em Vermont por usar um lenço tradicional palestino (keffiyeh); um dos rapazes está paralisado da cintura para baixo.

Desde 7 de outubro, Israel mantém bombardeios contra a Faixa de Gaza, com apoio “incondicional” da Casa Branca do presidente Joe Biden. São mais de 18 mil mortos e 50 mil feridos – 70% das vítimas são mulheres e crianças.

As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.

 

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