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Forças israelenses inundam subterrâneo de Gaza com água do mar

Combatente da resistência palestina em Beit Hanun, no norte de Gaza, em maio de 2021 [Ahmed Zakot/SOPA Images/LightRocket via Getty Images]

Forças israelenses começaram a inundar o subterrâneo de Gaza com água do mar, sob pretexto de destruir supostos túneis utilizados pela resistência palestina.

Segundo reportagem do Wall Street Journal, oficiais americanos foram informados da operação pelo exército colonial. As ações são preliminares, de modo que sua eventual eficácia ainda é incerta, reafirmaram as fontes.

Israel, entretanto, parece hesitar sobre a abordagem em relação aos supostos túneis, ao sugerir também ataques aéreos, líquidos inflamáveis e uso de drones, cães e robôs para conter ações de guerrilha.

Há receio de que a agressão israelense contra o subterrâneo de Gaza culmine na implosão dos poucos prédios ainda de pé, além de destruição ambiental e poluição dos mares, após dois meses e meio de bombardeios contra todo o território.

A questão foi levada ao presidente americano Joe Biden nesta terça-feira (12), durante coletiva de imprensa ao lado do líder ucraniano Volodymyr Zelensky, realizada na Casa Branca.

“No que diz respeito a inundar os túneis, há análises sendo feitas de que não há reféns ali, mas não sei ao certo”, vacilou Biden. “Só sei que cada morte de civis é uma tragédia e que Israel declarou sua intenção de fazer valer sua palavra”.

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A declaração, entretanto, expõe um ato falho: após mais de 18 mil palestinos mortos — 70% dos quais, mulheres e crianças —, Biden parece desconsiderar seu caráter civil, portanto, ao desumanizá-los e justificar seu genocídio.

Estima-se que a resistência palestina mantenha em custódia 138 prisioneiros de guerra israelenses, em localidades desconhecidas de Gaza — em maioria, militares.

A título de comparação, são quase dez mil palestinos nas cadeias de Israel, muitos sem julgamento ou sequer acusação — reféns, por definição.

A suposta preocupação de Washington e Tel Aviv sobre os reféns também é contraposta por evidências de “fogo amigo” em 7 de outubro, à medida que soldados israelenses receberam instruções para impedir a tomada de prisioneiros a qualquer custo, sob a chamada “diretiva Hannibal”.

Além disso, os bombardeios indiscriminados a Gaza já resultaram na morte de reféns.

Redes americanas relataram na última semana que o exército ocupante posicionou cinco bombas de água de grande porte perto do campo de refugiados de al-Shati, na Cidade de Gaza, a fim de alvejar a infraestrutura subterrânea.

Desde 7 de outubro, o exército israelense mantém uma guerra de extermínio contra a Faixa de Gaza, deixando 18.412 mortos e 50.100 feridos.

As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.

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